Na sexta-feira de manhã ainda existia movimento no local das obras, uma vez que ainda não tinha chegado o auto de embargo. Foto: mediotejo.net

Costuma-se dizer que onde há fumo há fogo. E onde há barulho intenso e movimentação de homens e máquinas, há obras? A pergunta repetia-se por toda a cidade. Com um embargo decretado na terça-feira, dia 23, e anunciado publicamente durante a reunião de Câmara Municipal, ao longo do dia de ontem, quarta-feira, os trabalhos na Várzea do Mesiões continuaram em andamento, para consternação de muitas pessoas.

Uma das cidadãs indignadas era Helena Pinto, ex-vereadora do Bloco de Esquerda e personalidade política do concelho torrejano, que colocou um vídeo no Facebook às 19h08 de 24 de novembro, alertando para o facto de a ordem de embargo não estar a ser respeitada, pois ainda se ouviam as máquinas a trabalhar. “Como é que é possível o embargo não ter chegado aqui? Eu apelo diretamente ao senhor Presidente da Câmara que atua de imediato, para que seja cumprida a sua própria deliberação! É a autoridade da Câmara que está em causa”, frisou.

O nosso jornal deslocou-se ao local esta manhã, 25 de novembro, e constatou que efetivamente – embora sem grande aparato – as máquinas estavam em movimento e as obras continuavam a decorrer. O mediotejo.net tentou contactar, sem sucesso, tanto a administração do Intermarché, responsável pela obra, como Pedro Ferreira, presidente da Câmara Municipal, que depois informou o nosso jornal que não podia falar porque se encontrava a participar num Congresso nos Açores.

E foi precisamente esse o facto que atrasou o embargo à empreitada, como explicou posteriormente ao nosso jornal Luís Silva, vice-presidente e vereador com o pelouro do Urbanismo da Câmara Municipal de Torres Novas. A decisão já estava tomada e o despacho do embargo assinado, mas ainda não tinha sido preparado o auto de embargo para notificar os responsáveis pela empreitada. Nesta sequência, “houve um lapso, porque enviaram o auto para o presidente assinar, mas o presidente não está cá, está nos Açores”, explicou o vereador, tendo daí resultado o atraso na paragem das obras.

O auto só foi assim entregue por funcionários municipais nesta sexta-feira à tarde, dia 25 de novembro. O mediotejo.net falou novamente com o vereador Luís Silva ao final do dia, que confirmou que o auto de embargo já foi recebido e assinado pelos responsáveis da obra, pelo que “os trabalhos já se encontram efetivamente parados”.

O embargo só poderá ser levantado através da apresentação de uma solução por parte dos responsáveis pela obra que seja aceite pela Câmara, ou fazendo-se a reposição / reconstrução das chaminés.

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Rafael Ascensão

Licenciado em Ciências da Comunicação e mestre em Jornalismo. Natural de Praia do Ribatejo, Vila Nova da Barquinha, mas com raízes e ligações beirãs, adora a escrita e o jornalismo.

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1 Comentário

  1. Mais uma jogada, imagine-se, que falava uma assinatura…!! Há quem acredite nesta história eu não, porque são tantas ilegalidades concerne aos negócios das Autárquicas, especialmente do ps…!!!

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