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Morreu Alberto Elias, aos 78 anos, fundador do maior carrilhão itinerante do mundo. Foto: DR
Alberto Elias, natural de Tramagal, fundador e criador do maior carrilhão itinerante do mundo, morreu hoje aos 78 anos, vítima de complicações cardíacas e renais, informou a família. O ideólogo do carrilhão LVSITANVS vai a sepultar esta quinta-feira na sua terra natal.
Engenheiro mecânico de formação, Alberto Elias nasceu em Tramagal no dia 8 de setembro de 1944 e residia em Alverca, onde faleceu esta manhã, na companhia dos familiares, depois de um período em que esteve hospitalizado com problemas cardíacos e renais, dos quais não viria a recuperar. O velório vai decorrer na Casa Mortuária de Tramagal, a partir das 10:30 de quinta-feira, e o funeral está marcado para as 15:00, sendo sepultado no cemitério local.
Formado pelo Instituto Superior Técnico, e com experiência no ensino, a criação do Carrilhão Lvsvtanvs, o maior e mais pesado carrilhão itinerante do mundo, com 63 sinos e 12 toneladas, foi “o seu grande projeto de vida”, proporcionando o ensino aos jovens e o levar a música do carrilhão, instalado num camião, a toda a gente.
A ideia surgiu em 1998 quando as filhas, Ana e Sara Elias, faziam a sua formação musical em carrilhão na Bélgica, onde existe a maior concentração destes instrumentos musicais antigos na Europa, e pensaram que fazia todo o sentido no nosso país, devido às condições climatéricas favoráveis para concertos ao ar livre.
A criação e coordenação técnica dos três elementos da família Elias no Carrilhão dos Pastorinhos em Alverca, acentuou o desejo de libertar a música do cimo das torres de igrejas e conventos e torná-la itinerante, tendo sido criada e sedeada a fundação CICO – Centro Internacional do Carrlhão e do Órgão, em Constância, depois de uma primeira tentativa de instalar o projeto em Tramagal.
Um projeto da família Elias, que se entregou de corpo e alma “a um sonho” que se concretizaria em maio de 2015 com a chegada do camião e do carrilhão Lvsvtanvs a Constância, depois de ter sido construído e viajado desde a Holanda.
Uma história de amor e dedicação que fica imortalizada no cinema, através do filme ‘Por Quem os Sinos Tocam’, do realizador Pedro Ramalho Marques, e que as filhas Ana e Sara prometem dar continuidade.
O filme centra-se no desejo das irmãs Ana e Sara Elias em terem o seu próprio carrilhão itinerante. “Só não sabiam como pedir esse brinquedo ao pai. Mas Alberto tinha um plano para realizar o sonho das suas filhas”, lê-se na sinopse. Contra todas as probabilidades, ele construiu o maior carrilhão itinerante do mundo, e ajuda as filhas a levar o som celestial dos sinos a toda a gente.
A equipa do jornal mediotejo.net endereça as mais sentidas condolências a toda a família Elias.
A experiência de trabalho nas rádios locais despertaram-no para a importância do exercício de um jornalismo de proximidade, qual espírito irrequieto que se apazigua ao dar voz às histórias das gentes, a dar conta dos seus receios e derrotas, mas também das suas alegrias e vitórias. A vida tem outro sentido a ver e a perguntar, a querer saber, ouvir e informar, levando o microfone até ao último habitante da aldeia que resiste.