Foto: CMG

O Município de Gavião vai atribuir um apoio financeiro mensal para fixação do médico de família Jorge Rebelo, mantendo o clínico ao serviço, em permanência, no Centro de Saúde de Gavião e na extensão de saúde de Comenda. A autarquia pagará anualmente cerca de 11 mil euros, atribuindo um apoio mensal como complemento ao vencimento auferido e pago pela Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano.

José Pio, presidente da Câmara de Gavião, não escondeu o contentamento com esta chegada a acordo, mas assumiu que a situação da falta de médicos para assegurar a prestação de cuidados de saúde primários em todo o concelho continua a ser uma preocupação.

O médico Jorge Rebelo da Silva entrou ao serviço em 2021 enquanto reforço para o Centro de Saúde de Gavião e para clinicar na extensão de saúde de Comenda, passando agora a ser médico de família em permanência, perante a saída prevista de outros dois clínicos devido a aposentação.

O executivo municipal avançou com o pagamento de um incentivo à fixação do médico “para que este possa continuar a prestação de cuidados de saúde à população do concelho de Gavião”.

José Pio referiu tratar-se de “uma verba possível mediante a solicitação do médico, enquanto complemento ao vencimento que lhe é pago pela Administração Regional de Saúde”.

O presidente de Câmara José Pio e o médico Jorge Rebelo da Silva. Foto: CMG

O médico ficará a prestar atendimento, nas 40 horas semanais, no Centro de Saúde de Gavião e na extensão de saúde de Comenda.

Apesar desta solução encontrada, o autarca assumiu que continua a ser um problema a falta de médicos no concelho. “Continuamos a ser deficitários, porque neste momento a situação está minimamente controlada, mas rapidamente e com aposentação de mais um clínico, voltamos a ficar quase exclusivamente com o Dr. Jorge Rebelo”, notou, referindo que o concelho tem neste momento três médicos, com um em prestação de serviços até ao fim do mês de março, e “com o Dr. Cabaço a fazer apenas 20 horas semanais, exercendo na extensão de saúde de Belver e fazendo algumas horas no Centro de saúde de Gavião”.

“A situação começa a ficar muito complicada, porque no mínimo três médicos são indispensáveis aqui no Centro de Saúde de Gavião”, frisou.

O presidente de Câmara sublinhou que a CMG está “sempre disponível para colaborar na resolução dos problemas, e cá estamos para avaliar em cada momento aquilo que nós podemos fazer, de forma a que os clínicos se fixem no Gavião. Esta aposta no Dr. Jorge Rebelo é tão mais valiosa porque pretende fixar residência no concelho e isso era fundamental, garantindo que se será médico no Centro de Saúde de Gavião por muitos e bons anos”, referiu, dando conta desta aposta a médio-longo prazo.

Câmara de Gavião considera que seria “lamentável” sair da abrangência do CHMT nas áreas de Obstetrícia, Ginecologia e Neonatologia

No âmbito da discussão pública da ‘Rede de Referenciação Hospitalar em Obstetrícia, Ginecologia e Neonatologia’, a Câmara Municipal de Vila de Rei foi informada que, nas áreas referidas, a proposta, em consulta pública, não integra na área de abrangência do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) o concelho de Vila de Rei, assim como os concelhos de Ourém (Médio Tejo), Gavião e Ponte Sor (Alto Alentejo).

José Pio, presidente da CM Gavião, disse não ter informação oficial quanto à proposta de Rede de Referenciação Hospitalar sobre a Saúde da Mulher nas áreas de Obstetrícia, Ginecologia e Neonatologia.

Fotografia: Unsplash

“Oficialmente não tenho conhecimento dessa situação, mas de qualquer forma, a acontecer, é lamentável. Porque nós lutámos muito para ter uma referenciação direta ao Hospital de Abrantes e ao Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT). Mas se acontecer, teremos que nos voltar novamente para Portalegre”, afirmou.

O autarca assume que esta situação, verificando-se, afetará a população do concelho, porque “o concelho de Gavião, tirando a freguesia de Comenda, está muito vocacionado para Abrantes, que é a nossa referenciação para tudo, por isso, é lamentável se isso vier a acontecer. Cá estaremos para, em todo o momento, criar condições para que não aconteça, se é que o podemos fazer”, concluiu, reafirmando que a autarquia não foi chamada a pronunciar-se sobre este assunto.

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Joana Rita Santos

Formada em Jornalismo, faz da vida uma compilação de pequenos prazeres, onde não falta a escrita, a leitura, a fotografia, a música. Viciada no verbo Ir, nada supera o gozo de partir à descoberta das terras, das gentes, dos trilhos e da natureza... também por isto continua a crer no jornalismo de proximidade. Já esteve mais longe de forrar as paredes de casa com estantes de livros. Não troca a paz da consciência tranquila e a gargalhada dos seus por nada deste mundo.

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