Jorge Faria, presidente da Câmara Municipal do Entroncamento, assegurou em reunião de executivo que o Bairro Frederico Ulrich é mesmo para ser demolido, mediante o seu esvaziamento, tendo em conta a construção de até 120 novos fogos no âmbito da Estratégia Local de Habitação. Nesse sentido, o objetivo não é aumentar o parque habitacional, antes substituir as habitações degradadas, sendo que as casas do referido bairro vão ser demolidas à medida que as casas forem ficando vagas. Também o Bairro da Vila Verde vai ser reabilitado, mas este para alojar casais jovens com rendas apoiadas.
“E o compromisso é claro: se tivermos capacidade de construir as casas para alojar as pessoas do Bairro Frederico Ulrich, à medida que as casas forem ficando vagas, elas serão demolidas. Pelo menos enquanto eu for presidente desta Câmara, e presidir a este executivo. Depois, quem tiver cá, tomará as decisões que entender. A nossa estratégia é construir novas casas, casas com dignidade para as pessoas que não têm condições, fazendo um rastreio cada vez mais exigente e mais objetivo para as pessoas poderem ocupar essas casas, e assim que essas casas tiverem prontas e as famílias alojadas, serão demolidas as casas do Bairro Frederico Ulrich”, garantiu o autarca na reunião de executivo de 16 de agosto.

Tema que tem pautado a atualidade política e social na cidade ferroviária, a Estratégia Local de Habitação do concelho do Entroncamento – na base de um acordo de cooperação assinado com a secretaria de Estado da Habitação e do Desenvolvimento Regional – vai permitir captar cerca de 12 milhões de investimento a fundo perdido para a construção e reabilitação de habitação.
“A estratégia local de habitação, se tivermos sucesso na candidatura que está a ser ultimada, terá um financiamento a 100% e um investimento potencial até cerca de 12 milhões de euros para a nossa cidade. Esses 12 milhões de euros estão estruturados na construção de até 120 novos fogos, na reabilitação de outros 66 fogos, e também na reabilitação, em conjunto com o IHRU, do bairro da Vila Verde, para oferecer habitação aos casais jovens a rendas controladas”, explicou Jorge Faria.
O autarca referiu que – ao contrário do que se tem rebatido, referindo-se à tomada de posição da vereação do PSD – a ideia passa efetivamente pela demolição das casas no Bairro Frederico Ulrich, prática que o atual executivo já tem levado a cabo. Quando o atual executivo chegou à Câmara, tinham até então sido demolidas duas casas no Bairro Frederico Ulrich, sendo que foi o seu executivo o responsável por derrubar as outras 16 habitações (do total de 18 até hoje demolidas) num bairro com cerca de uma centena de casas.
“Sem qualquer margem para dúvidas, é construir novas casas para substituir aquelas que constituem o Bairro Frederico Ulrich, casas que a Câmara ao longo dos anos tem gasto muito dinheiro para as manter com a mínima dignidade e que não têm as condições mínimas que hoje em dia se exigem. E se conseguirmos isto a custo zero, ou seja, captando 12 milhões de investimento para a cidade, quem ganha é a cidade, quem ganha somos todos nós, e é para isso que nós estamos aqui, a tentar fazer serviço público”, disse Jorge Faria.
“Agora usar esse tipo de coisas para armas de arremesso e baixa política, já sabem, não contam comigo, e eu não dou para esse peditório”, atirou ainda o líder da autarquia entroncamentense.
Conforme foi explicado, a construção de novas casas pode ou não ir até ao número de 120, mas as 80 – as necessárias para alojar as famílias que atualmente ocupam o Bairro Frederico Ulrich – “não tenho qualquer dúvida que vamos fazê-lo”, garantiu Jorge Faria, que adiantou que a construção das restantes vai depender da evolução das necessidades em termos sociais da cidade e da capacidade do executivo conseguir executar o projeto, o qual “só por si é um projeto extremamente ambicioso e que eu gostaria que em torno dele o executivo o apoiasse, porque é um projeto diferenciador para a cidade, que pode permitir captar um investimento fortíssimo para a cidade e modernizar o nosso parque habitacional”, disse.

Quanto ao Bairro da Vila Verde, foi explicado que se está a trabalhar em conjunto com o IHRU (Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana) para a sua reabilitação e que ainda não está estabelecida qual a entidade a realizar o projeto, mas que a pretensão é que este sirva para alojar casais jovens com rendas apoiadas, dentro dos programas existentes, e ao mesmo tempo manter a traça original das habitações.
Estas explicações por parte de Jorge Faria surgiram na sequência de uma primeira intervenção por parte de Luís Forinho (vereador independente), que deu algumas explicações do porquê de ter votado favoravelmente os passos dados sobre este tema, em continuidade de um processo iniciado em 2021, o qual foi votado favoravelmente e por unanimidade pelo PS, PSD e BE, partidos representados na vereação de então.
O vereador Rui Madeira (PSD) respondeu que não existem dúvidas de que Luís Forinho votou favoravelmente relativamente a essa situação e a esse tipo de construção em causa, afirmando que “não haja dúvidas que nós não o fizemos, tivemos uma atitude de votação até contrária a esse aspeto, porque achamos que as coisas não estão suficientemente adequadas do nosso ponto de vista, e portanto nós não vamos aceitar ficar com o ónus de uma coisa que foi decidida há um ano e que agora tivemos oportunidade de manifestar a nossa opinião”.
Sobre esta troca de argumentos, Jorge Faria disse que o atual executivo já tomou algumas decisões relativamente à operacionalização da estratégia, mas que esta foi aprovada por unanimidade ainda pelo executivo anterior, com os votos favoráveis também do PSD.
“E aí, cada um de nós assume as responsabilidades que entender. Há pessoas que entendem respeitar as deliberações estratégicas que foram tomadas pelos anteriores executivos, outros entendem que não, mas isso, cada um fará o que entender e eu respeito isso, desde que o façam com educação e com respeito por todos nós”, disse o autarca.
Luís Forinho ainda interveio, dizendo que queria “deixar bem claro” que aprovou e vai continuar a aprovar esta questão uma vez que a acha necessária, relembrando que o Bairro Frederico Ulrich já tem 70 anos e que as casas não têm dignidade para quem lá vive – independentemente de quem seja – e que não está é de acordo com o atual regulamento para atribuição de habitação social, o qual não considera justo.
Este regulamento encontra-se atualmente em processo de revisão.
E acaba o bairro? E ir restaurando e reabilitando o bairro? E “expulsar” aqueles que não sabem viver em sociedade e que não cuidam das coisas? Um bairro histórico no Entroncamento vai ser demolido para no fim o próximo que decida o que fazer no espaço que vai ficar vazio.
Pelo que li o projecto da construção das casas de habitação social para realojar as famílias que moraram no Bairro Frederico Ulrich, foi chumbado e agora?????? Essas pessoas continuam a ficar aqui a morar para continuarem a destruir o bonito jardim que foi feito há pouco tempo pela Câmara Municipal aqui nesta zona perto do bairro deles???? Essas pessoas continuam a incomodar quem vive nas imediações do bairro deles fazendo barulho até às tantas da madrugada e amedrontando quem vive em paz de tal maneira que muitas vezes a policia tem que se ser chamada para os pôr na ordem???? Porquê a Câmara Municipal não arranja maneira de chamar essas pessoas desordeiras e ensiná-las a viver em sociedade com educação e respeito pelos outros???? É este o meu comentário ficando sempre na esperança que os serviços Municipais façam algo pelos munícipes que vivem em redor das pessoas que vivem no Bairro Frederico Ulrich