O segundo dia da Festa Templária que decorre no Castelo de Almourol até este domingo, dia 10, começou com as nuvens a marcar a paisagem. Uma manhã em que o sol acabou por aparecer para iluminar a História que por ali se respira nestes dias através de pormenores, espetáculos e outras iniciativas que compõem o programa da segunda edição.
Os turistas foram-se cruzado com os figurantes à passagem pelas bancas de artesanato e petiscos medievais (algumas ainda fechadas), rumo ao pequeno barco que os aguardava no cais. Daí partiam, de máquina fotográfica e telemóvel na mão, preparados para conhecer e partilhar o místico castelo que teve origem num castro lusitano e pelo qual passaram romanos, visigodos, muçulmanos e, claro, os templários. Os últimos ficaram no outro lado da margem, nos acampamentos militar e civil que podem ser visitados ao longo do evento.

Cruzámos o rio Tejo e começámos a subir para o castelo na esperança de encontrar D. Ramiro para uma visita guida, mas acabámos por encontrar junto das muralhas o arauto do rei D. Afonso Henriques, soberano que se apossou da fortaleza militar na época da Reconquista Cristã, no século XII. Ali, falou-nos sobre o emir e a sua filha, a princesa moura que se enamorou por um templário e cujo amor foi atraiçoado levando à invasão da fortaleza militar. Foi daquelas muralhas que pai e filha se atiraram para evitar a captura.
Uma das muitas lendas associadas ao Castelo de Almourol, cuja mística é adensada pela ligação à Ordem do Templo e que a Festa Templária procura perpetuar. O programa integra espetáculos, recriações históricas e percursos pedestres e até este sábado ainda é possível sentir o espírito templário com as danças do povo (19h00) , da moura agrilhoada que dança para os nobres durante a teatralização “Vida na Taberna” (21h00) e da realeza (22h30). A animação da noite inclui ainda o desfile de personagens históricas ao castelo a partir das 22h00 e o espetáculo de fogo “Do Fogo e das Trevas” pelas 23h30.

O domingo começa com a caminhada “No Rasto dos Templários”, organizada pelo CCD Limeirense. O início do passeio está previsto para as 08h00 e é possível “visitar as ruínas do estaleiro naval templário, onde construíram sessenta galeotas, usadas para conquistar Ceuta em 1415, e percorrer o itinerário que ligava o Castelo de Almourol ao Castelo de Tomar, passando pelo Castelo do Ozezar”, segundo a organização.
A Milícia Templária desfila até ao castelo às 10h00, onde Gualdim Pais guia os visitantes a partir das 10h30. Meia-hora mais tarde surgem os “Quadros Vivos da Vida de um Castelo Templário” e ao meio-dia realiza-se a cerimónia de iniciação de um Cavaleiro Templário. As propostas da tarde são as danças do povo (15h00), as lavadeiras (16h30), a peça teatral “Lenda do Almourol” (17h00) e o arrear da bandeira templária no castelo (18h00).