Chegada a Vila Nova da Barquinha, no Cais da Hidráulica, da imagem de Nossa Senhora dos Avieiros e do Tejo. Foto: mediotejo.net

Com algumas dificuldades, a imagem de Nossa Senhora dos Avieiros e do Tejo vai seguir o seu percurso de cerca de 300 km, após a paragem em Tancos. Durante um mês, sempre ao fim de semana, a imagem religiosa é transportada por uma embarcação tradicional (bateira), onde nem a chuva, nem o sol, nem a falta de água no rio demove os devotos de estarem presentes e de participarem na peregrinação.

Este sábado, dia 3 de junho, cerca de uma dezena de pessoas despediu-se da Senhora dos Avieiros e do Tejo em Tancos, enquanto em Vila Nova da Barquinha as gentes da terra festejaram a passagem do cruzeiro com cânticos religiosos e a oferta de flores, num ambiente calmo e descontraído.

Vila Nova da Barquinha recebeu a Nossa Senhora dos Avieiros e do Tejo, no cais da Hidráulica, com cânticos de louvor e flores. Foto: mediotejo.net

Se de Espanha até Tancos as maiores dificuldades foram as barragens, de Tancos a Oeiras a maior adversidade vai ser a falta de água no rio Tejo. Mas nada que os habituais participantes e organização não estejam já habituados.

“Há que contornar esses obstáculos e seguir em frente para chegar a bom porto, neste caso, a Oeiras, no dia 18 de junho,” disse ao mediotejo.net José Gaspar, elemento da direção da Confraria Ibérica do Tejo. Ao longo das próximas etapas, a imagem vai ter de por vezes ser transportada de carrinha, devido ao reduzido caudal do rio.

ÁUDIO | JOSÉ GASPAR, CONFRARIA IBÉRICA DO TEJO:

ÁUDIO | José Gaspar, elemento da direção da Confraria Ibérica do Tejo.

De Vila Nova da Barquinha a Pinheiro Grande, a imagem é transportada por via rodoviária e os barcos também, até aos locais onde podem retomar a navegação. “Já tentámos seguir viagem por via ribeirinha nos outros anos, mesmo com pouca água, mas acabamos sempre com horas de atraso, porque temos de empurrar os barcos, o que é impensável, porque as pessoas estão à espera da nossa chegada e da chegada da imagem nos cais”, adiantou.

Este sábado, dia 3 de junho, a etapa termina em Vale de Figueira, Barreira da Bica, perto das 20h00, onde a comitiva vai pernoitar para no domingo retomar o seu percurso rumo a Valada do Ribatejo e Escaroupim.

Até aqui ainda são apenas três embarcações engalanadas que acompanham o percurso (também pelas dificuldades de navegação, sem água), mas José Gaspar sabe que a partir de Valada do Ribatejo, quando o Tejo se abre perante a Lezíria, os barcos começam a multiplicar-se.

“Por ano costumamos contar com cerca de 240 embarcações, particularmente de pescadores. Em Vila Franca de Xira costumam juntar-se a nós cerca de 40 barcos”, disse José Gaspar.

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“A nona edição desta manifestação cultural e religiosa é a mais longa de todas, com 16 etapas e paragem em 60 localidades ribeirinhas espanholas e portuguesas. Esta edição é a mais longa de todas as peregrinações realizadas, devido ao número de paragens e o número de etapas, nomeadamente Alcântara, em Espanha, Barreiro e Seixal, o que acontece pela primeira vez na história deste Cruzeiro Religioso e Cultural. Esta é uma iniciativa que dá força à identidade ribeirinha e às gentes que vivem nas margens do Rio Tejo”, frisou.

As próximas etapas (8ª e 9ª), após este fim de semana, realizam-se no dia 7 e 8 de junho (feriado). No dia 7, quarta-feira, véspera de feriado, o percurso inicia-se em Escaroupim, às 17h30, com paragem em seguida em Palhota, finalizando pelas 19h30 em Salvaterra de Magos. No dia 8, quinta-feira, o percurso faz-se pelo esteiro na Azambuja, passando ainda por Porto da Palha, seguindo na sexta-feira até Vila Franca de Xira.

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Natural de Vila Nova da Barquinha, tem 25 anos e licenciou-se em Ciências da Comunicação pela Universidade da Beira Interior.

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