Foi apresentado em reunião ordinária do Executivo Municipal realizada na sexta-feira, 20 de abril, o relatório final da campanha de 2017 do Lagar de Vila de Rei, que registou a entrada de mais de 1400 toneladas de azeitona e a produção de mais de 216 mil litros de azeite. Números que inserem novos máximos no que toca ao desempenho daquela infraestrutura municipal ao longo dos seus três anos de atividade, e que levam a crer que a apresentação da marca de azeite do concelho esteja para breve.
A quantidade de azeitona recebida representa um aumento significativo face aos 822.150 quilos de 2015 e aos 540.122 de 2016, que por sua vez, veio dar origem à produção de 216.045 litros de azeite, num novo máximo atingido pelo lagar de Vila de Rei (105.172 produzidos na campanha de 2015 e 67.495 em 2016), segundo dados disponibilizados pela autarquia. Estes valores resultam numa taxa de fundição média de 14,94%.
A campanha de 2017 rendeu neste ano uma receita de 95.470,16€ (entre serviço de moagem, venda de bagaço e venda de garrafões) e uma despesa corrente de 39.114,50€ (despesas com pessoal, energia, telecomunicações, alarme e videovigilância, materiais diversos, entre outros), levando ao resultado positivo de 67.305,01€.
A autarquia destaca ainda, no mesmo relatório, a captação de 430 novos clientes face aos anos anteriores. A grande maioria dos utilizadores do Lagar continua a ser do concelho de Vila de Rei (40,175), mas registou-se igualmente um aumento do número de produtores de outros concelhos, nomeadamente Proença-a-Nova, Sertã, Sardoal, Mação, Abrantes, Ferreira do Zêzere, Vila Velha de Ródão, Tomar, Oleiros, Crato, Castelo Branco, Setúbal, Entroncamento, Ponte de Sor e Portalegre.
Ricardo Aires, presidente da CM Vila de Rei, admitiu ao mediotejo.net que esta foi “a melhor campanha do lagar até agora”, assumindo também que “está a ter uma projeção a nível regional que eu não estava à espera, tendo noção que o impacto seria maior a nível local”.
O autarca notou ainda que seria de esperar a diminuição de utilizadores em virtude dos incêndios, mas houve um aumento em relação ao primeiro ano no que toca aos produtores vilarregenses.
“Se não tivesse havido incêndios, ainda havia muito mais. O que posso dizer é que as pessoas entenderam a nossa mensagem há quatro anos, quando referimos que temos de apostar em outras culturas, em produtos mais endógenos, caso da oliveira e da produção de azeitona e do medronho”, disse, acrescentando estar “muito satisfeito uma vez que a população está a aderir”, tendo sido aprovados apoios e estímulos à plantação de outras espécies que a autarquia pretende que venham ajudar no ordenamento da floresta, tornando a paisagem mais resistente aos fogos florestais com a sua introdução no concelho, caso também do medronheiro.

Lançamento da marca própria de azeite para breve
A Câmara Municipal de Vila de Rei, após o sucesso da aposta na manutenção do lagar municipal, já havia revelado a vontade de conceber uma marca própria de azeite do concelho. Como tal, e tendo em conta os indicadores positivos do balanço de atividade, Ricardo Aires tem vontade de conseguir lançar a marca na Feira de Enchidos, Queijo e Mel, mas o processo ainda está a decorrer.
“Eu quero um DOP, que já está falado com a Beira Baixa, mas ainda não está preto no branco. Mas vai ser a curto prazo. Se não for em julho, há-de se a 19 de setembro a apresentação da marca de Vila de Rei”, afirmou.
Esta marca refere-se ao azeite produzido e selecionado no lagar municipal, e comprado aos produtores locais através de parcerias particulares, algo que a autarquia já começou a fazer. “Já o fizemos este ano, e o que eu espero, que será uma outra fase, é que assim que as pessoas assistirem ao bom escoamento do azeite de Vila de Rei, as pessoas possam apostar ainda mais no olival”, explicou, afirmando ter escoamento para o azeite armazenado até agora, para o efeito, no lagar.
O lagar municipal de Vila de Rei tem um funcionário em permanência, chegando aos três ou quatro a integrar a equipa nos períodos de campanha sazonais.