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A Câmara Municipal de Vila de Rei deverá inaugurar no próximo dia 19 de setembro, feriado municipal, a destilaria a erguer no edifício do lagar municipal que abriu portas em setembro do ano passado.

Numa zona de medronheiros, o projeto de criação de uma destilaria foi avançado pela Câmara Municipal de Vila de Rei em dezembro passado, justificado pela ausência de iniciativa privada para criar uma infraestrutura deste género no concelho.

Na ocasião, a autarquia contava com o apoio financeiro de fundos do Proder – Programa de Desenvolvimento Rural para aquisição de maquinaria para a instalação da destilaria, mas, entretanto, este programa de apoio não vai contemplar estes projetos, explicou Ricardo Aires, presidente da autarquia de Vila de Rei, ao mediotejo.net.

“O projeto da destilaria vai sair do orçamento da autarquia”, avançou Ricardo Aires lamentando a ausência de apoios do Proder.

A criação da destilaria em Vila de Rei representa um investimento de aproximadamente 80 mil euros, sendo que a autarquia irá lançar o concurso público para aquisição de maquinaria no próximo mês de agosto.

É intenção da autarquia ter tudo concluído a tempo de inaugurar o espaço da destilaria no próximo dia 19 de setembro, feriado municipal, mas o presidente da Câmara não consegue garantir a situação uma vez que a entrada em funcionamento da destilaria depende da atribuição de licença.

A destilaria vai ser implementada no edifício do Lagar de Vila de Rei (Foto: CMVila de Rei)
A destilaria vai ser implementada no edifício do Lagar de Vila de Rei (Foto: CMVila de Rei)

Recorde-se que a criação de uma destilaria municipal não vai implicar a construção de nenhum novo edifício uma vez que irão ser aproveitadas as instalações do lagar de modo a rentabilizar esta infraestrutura fora da campanha da azeitona.

Tendo por objetivo fomentar a produção de medronheiro no concelho de Vila de Rei, refira-se que já em janeiro deste ano o executivo camarário aprovou a concretização de um protocolo de cooperação institucional com a Cooperativa Portuguesa do Medronho.

Com este protocolo, a autarquia pretende “ter um organismo especializado na área uma vez que o Município pretende instalar uma destilaria no lagar e, desta forma, temos apoio e acompanhamento especializado em todas as fases de implementação deste projeto”, explicou, na ocasião, ao mediotejo.net Paulo César Luís, vice-presidente da Câmara de Vila de Rei.

Também no início deste ano, a Câmara de Vila de Rei encetou contactos junto de deputados da Assembleia da República eleitos pelo distrito de Castelo Branco que entregaram ao Governo “um pedido de tratamento mais favorável ao medronho” como produto típico que é deste território e uma vez que, segundo explicou Paulo César Luís, “o imposto a pagar pelo ato de destilar vai encarecer muito o produto final e isso leva à fuga dos produtores”.

Já este mês de julho, no dia 18, a Assembleia da República aprovou uma resolução que recomenda ao Governo a adoção de medidas de apoio à cultura do medronheiro e à produção de aguardente de medronho.

Esta resolução pede ao Governo que “desenvolva os esforços e as diligências necessárias para possibilitar a aplicação de uma taxa reduzida do imposto especial sobre o consumo à aguardente e aos licores produzidos exclusivamente com álcool feito com medronho nos territórios do centro interior do País, no norte alentejano, no sul do distrito de Beja e na serra algarvia, de elevada orografia, baixos rendimentos e onde ocorrem há várias décadas acentuados processos de despovoamento”.

A resolução aprovada pela Assembleia da República recomenda ainda que se “defenda a assunção de medidas comunitárias específicas para o apoio da plantação e exploração do medronheiro; “apoie, através de mecanismos financeiros e de meios técnicos, o desenvolvimento e exploração do medronheiro” e “crie critérios facilitados para o licenciamento de alambiques que tenham em conta as características da produção de pequena e muito pequena escala”.

Entrou no mundo do jornalismo há cerca de 13 anos pelo gosto de informar o público sobre o que acontece e dar a conhecer histórias e projetos interessantes. Acredita numa sociedade informada e com valores. Tem 35 anos, já plantou uma árvore e tem três filhos. Só lhe falta escrever um livro.

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