O Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos do Distrito de Santarém (MUSPDS) lançou uma petição pública onde reclama ao Governo por uma “Nova ponte da Chamusca e conclusão do IC3”. A petição foi dirigida ao Presidente da Assembleia da República tendo hoje os utentes anunciado o envio de uma missiva ao Ministro das Infraestruturas relacionada com o funcionamento dos semáforos nos últimos dias naquela travessia.
O objetivo do MUSPDS é que esta “reivindicação”, em forma de petição, possa ser “debatida e votada em sede parlamentar”, estando “distribuídos mais de 100 cadernos por locais públicos dos concelhos da Chamusca, Golegã, Alpiarça, Torres Novas, Vila Nova da Barquinha e Entroncamento”, refere a organização, em comunicado.
Segundo o MUSPDS, até final de abril, terão ainda lugar “iniciativas de contacto direto com as populações para esclarecimento e recolha de mais assinaturas”.

O texto da petição – “Nova ponte da Chamusca e conclusão do IC3”
“Exmo Senhor Presidente da Assembleia da República
A ponte da Chamusca, construída em 1909, constituiu uma das mais importantes obras realizadas naquela zona no século passado e foi um contributo decisivo para o seu desenvolvimento regional. Hoje, aquela infraestrutura e acessos, não corresponde às necessidades de mobilidade das populações e às atividades económicas dos concelhos limítrofes (Chamusca, Golegã, Torres Novas, Entroncamento) e do distrito de Santarém.
Presentemente, torna-se imperativa a construção de uma ponte alternativa que ligue as margens do Tejo nos concelhos da Chamusca e da Golegã e a conclusão do troço do IC3, ligando a A13, no concelho de Almeirim, à A23 e à A13, em Vila Nova da Barquinha.
É uma zona com muito trânsito (ligeiros e pesados, alguns com matérias perigosas, para e do Ecoparque do Relvão, Carregueira/Chamusca; equipamentos agrícolas; e, equipamentos militares) que utiliza as únicas e sem condições vias existentes (a N118, a N243 e a atual ponte). Assim, para melhorar a segurança e mobilidade das populações, os peticionários exigem: “Nova ponte da Chamusca e conclusão do IC3”.
Ponte da Chamusca: carta enviada ao Ministro das Infraestruturas sobre o funcionamento dos semáforos nos últimos dias
O MUSPDS anunciou hoje ter enviado uma missiva ao Ministro das Infraestruturas, João Galamba, após tomada de conhecimento da “situação caótica do trânsito nos acessos à ponte da Chamusca, em ambas as margens do Tejo, com filas que se prolongam até à vila da Chamusca e até à vila da Golegã, após a colocação dos semáforos que desde os últimos dias estão ali a funcionar”.
Em comunicado, o Movimento refere que, “ao que conseguiu apurar, o reinício do funcionamento dos semáforos na ponte da Chamusca visa avaliar (mais uma vez) o comportamento da circulação rodoviária” no acesso àquela infraestrutura.
“Contudo”, nota, “este novo teste acarreta novos sacrifícios e prejuízos para todos aqueles que pretendem atravessar a ponte da Chamusca, sem que se vislumbrem, ao longo de todo o tempo já decorrido, quaisquer perspetivas de concretização de uma solução de futuro para a travessia do Tejo naquele ponto ou nas suas imediações”.
O MUSP/Distrito de Santarém refere ainda que “tem vindo, há largo tempo, a manifestar a sua preocupação pela situação de manifesto conflito no tráfego automóvel que ali se verifica”, e que “tem vindo a exigir que o Governo se decida pela construção de uma nova ponte de travessia do Tejo”, solução que, defende, “estará sempre ligada à a conclusão do troço do IC3, ligando a A13, no concelho de Almeirim, e a A13 e a A23, no concelho de Vila Nova da Barquinha”.
“Quaisquer outras soluções que possam vir a ser tomadas, envolvendo a atual ponte, só podem no nosso entender, ter uma natureza provisória e transitória, até à construção de uma nova estrutura de travessia do Tejo”, defende o MUSPDS, tendo feito notar que “este é um desiderato que é devido às populações, aos utentes, aos agentes económicos e à região.”
Noticia relacionada:
Como Chamusquense e apesar de residente no estrangeiro, congratulo-me saber que uma tal petição e levada ao Governo Central. As razões que estão na sua origem são deveras pertinentes. A negligencia a que a Chamusca foi voltada ao longo das últimas décadas no tocante as infra-estruturais viárias básicas e simplesmente chocante. As consequências dai resultantes para o desenvolvimento industrial, económico e social do Concelho da Chamusca em comparação com outros Concelhos limítrofes são disso uma triste evidencia.
Olhando para a localização geográfica do Concelho da Chamusca contacta-se que, também, para alem da tal ponte(inha), contribui o facto de estarmos “entalados” entre o rio e o campo militar de Santa Margarida e a charneca. A Chamusca está assim como que num “ponto morto” no “fim da linha”. Chegados a esta conclusão há que repensar seriamente como nos libertarmos desta desvantagem geográfica.
A actual ponte da Chamusca mesmo que venha a ser renovada no local onde está nunca será a solução para os problemas da Chamusca. O desenvolvimento social e económico do Concelho exige uma NOVA PONTE que seja parte do desenvolvimento de toda a região envolvente. Dado que infraestrutura viária regional existente, parte da rede viária nacional (A13 e A23), está maioritariamente instalada na margem norte do rio Tejo, consequência de uma política de desenvolvimento nacional e regional abstrusa e enviesada e que tanto tem prejudicado o Concelho da Chamusca sendo por isso necessário a Chamusca definir um objectivo estratégico consentâneo com a defesa dos seus interesses. Sendo o rio Tejo uma barreira natural a continuidade física e a uma ligação territorial acessível e eficiente do Concelho com o Norte do País é pois, absolutamente vital a construção de uma nova ponte cujo desenho arquitectónico e localização física se enquadre com e de resposta aos objectivos estratégicos defendidos tendo por base o pressuposto a abertura e desenvolvimento do Concelho da Chamusca.
Para tanto e tendo en conta a localização geográfica das principais vias de comunicação regionais em relação ao Concelho da Chamusca torna-se evidente que para o aproveitamento de todo o potencial estratégico dessa localização torna-se necessário que a nova localização da ponte sobre o Tejo seja a mais próxima possível (Vila N.da Barquinha?) de uma ligação à intersecção entre a A13 com a A23 perto da Atalaia. Isto com o objectivo de captar o máximo possível do transito nessas estradas com destino ao sul do País. Isto não só numa perspectiva de servir/canalizar o trânsito do Interior Norte do País como no inverso servir o Sul do País em direção ao Interior Norte. Tudo isto inserido numa lógica de um conjunto estratégico e assim justificar a construção atempada de uma nova ligação viária através do Concelho da Chamusca que permita ligar a A13 do Sul em Almeirim com a A13/A23 a Norte perto de Atalaia.
Tal objectivo estratégico permitirá de vez quebrar o isolamento geográfico do Concelho da Chamusca e assim ao mesmo tempo ligar a Chamusca através de infra-estruturas modernas a areas e regiões do País cuja dinâmica de desenvolvimento económico poderá expor o Concelho a novas oportunidades e, ao mesmo tempo atrair o necessário investimento que permitirá a Chamusca dar o “salto” tao necessário.
Quanto ao futuro da Ponte Isidro dos Reis essa já adquiriu o direito a reforma e ponderar servir de referencia a tempos idos (esperamos) e onde a bicicleta elétrica seja um meio de transporte possível.
Este comentário não é mais do que um simples contributo para um debate pertinente mais alargado sobre um assunto que pela sua natureza tanta relevância tem para o futuro da Chamusca e o seu Concelho
M.E.Gago