A empresa Renova, em Torres Novas, respondeu ao convite à criação lançado no âmbito da plataforma Portugal #Entra em Cena e promoveu um concurso para criação de um bailado. Os três projetos finalistas já são conhecidos e foram apresentados na presença da Ministra da Cultura, Graça Fonseca. O objetivo agora é que os grupos criem em conjunto um espetáculo único que agregue os três bailados e que possa ser levado a cena em várias zonas do país em 2021.
Concorreram ao desafio da Renova 20 projetos, tendo a vitória sido atribuída às duplas de músicos e coreógrafos Carlos Zíngaro e Paula Pinto, Edward Ayres d’Abreu e Fernando Duarte e Nuno da Rocha e Margarida Belo da Costa, anunciou a Renova em outubro, na presença da governante.
Segundo esclareceu o CEO da Renova, Paulo Pereira da Silva, ao mediotejo.net, a ideia original era a Renova comprar apenas uma coreografia e partitura original, mas “chegámos à conclusão que é possível construir um espetáculo com os três”, mediante a curadoria de Martim Sousa Tavares.

O desafio surgiu da parte da Ministra da Cultura, Graça Fonseca, num telefonema ocorrido durante o confinamento, em que alertou a Renova para a existência da plataforma Portugal #Entra em Cena. Esta é uma página digital onde empresas privadas e entidades públicas são estimuladas a patrocinar projetos culturais, um dos setores mais afetados pela crise pandémica.
A Renova já possuía um programa de comissões de arte, designado “Renova ART Commissions”, mas nunca tinha investido em música, contou aos presentes Paulo Pereira da Silva, pelo que “pensei se não seria a altura” de avançar com a ideia. Abriu-se assim o concurso para a produção de um bailado com o nome Renova, dando liberdade aos artistas de criar o que entendessem.
“Não é apoio, é investimento”, frisou Graça Fonseca, salientando o papel coletivo para que continuem a existir projetos culturais. “A base deste movimento é que cada um de nós tivesse essa consciência de como pode ter um papel ativo na cultura do país”, frisou.
A Ministra salientaria ainda as vantagens deste diálogo entre a arte e a indústria, referindo que “todos temos algo a ganhar” com estas parcerias. “Sabemos que são tempos muito difíceis para as entidades artísticas”, constatou a governante.

Sobre a análise dos 20 candidatos, Martim Sousa Tavares explicou que os projetos eram muito bons, manifestando a sua surpresa pelos artistas que surgiram – alguns nomes conhecidos no setor – levando à escolha de três vencedores. “Vamos ter que montar um espetáculo único”, explicou, que agregue o tríptico de bailados vencedores, objetivo que levantará novos desafios, referiu.
Os grupos tiveram oportunidade de se apresentar individualmente e agradecer à Renova a iniciativa. “Faz falta mais ideias como esta”, admitiu a coreógrafa Paula Pinto.
“Queremos também ganhar com o vosso talento”, respondeu aos artistas Paulo Pereira da Silva, “não é caridade, no sentido mau, mas trazer valor para a marca. Acredito que as marcas se constroem com estas trocas”.