Restaurar o que sobra de uma das históricas chaminés da antiga fábrica “Alves das Lãs” e apresentar na futura galeria comercial do novo espaço comercial uma maquete que reproduza “fielmente” a antiga unidade industrial. Foi esta a solução apresentada por Vasco Simões, gerente do grupo Intermarché, para preservar a memória histórica da antiga fábrica torrejana. Recorde-se que os responsáveis pela obra do novo Intermarché, avançaram para a demolição das duas chaminés, no dia 19 de novembro, justificando motivos de segurança, sem que tenha sido pedida licença à Câmara Municipal de Torres Novas (CMTN), que posteriormente viria a embargar o obra.
Na reunião camarária de 18 de janeiro, Vasco Simões dirigiu-se ao executivo municipal no período antes da ordem do dia para pedir “compreensão” e “sensibilidade”, porque quer inaugurar a nova loja ainda este ano. Para tal, é preciso que o embargo seja levantado.
“É o que tenho a apresentar. Espero que seja validado, porque tenho compromissos com bancos, com empreiteiros… não é uma situação fácil. Tenho que resolver desta ou doutra maneira. Tenho de desbloquear e preciso da vossa ajuda. Espero compreensão. Se houver outra solução, cá estarei para colaborar. A minha intervenção aqui é no sentido de vos sensibilizar para desbloquearem a situação. Temos que abrir este ano”, afirmou Vasco Simões.
“A ideia é fazer essa maquete, que tem 1,50m por 3,00m, que retrata fielmente, não só as chaminés, mas toda a fábrica. Procurámos antigos trabalhadores, para nos conseguirem ajudar a identificar onde ficavam os fornos, as caldeiras, os refeitórios, os infantários, tudo. E aquela chaminé, continua lá de pé. Tem quatro ou cinco metros. O que se propõe é preservar o existente, com uma chapa a condizer e a fazer o histórico da coisa”, explicou.
O projeto de alterações à obra já deu entrada nos serviços da autarquia, confirmou o vice presidente da CMTN ao mediotejo.net, dando conta de que o mesmo seguiria os tramites normais. Após análise técnica, será levado a reunião de Câmara para aprovação. “A única alteração ao projeto inicial é a supressão de um elemento, que é a chaminé que foi demolida, prevendo a manutenção de parte da chaminé que ainda lá está”, esclareceu Luís Silva.
Recorde-se, que as duas chaminés foram demolidas na manhã de 19 de novembro do ano passado, sábado, um dia em que, por norma, não se realizam obras. A notícia depressa se espalhou pela cidade e pelas redes sociais, gerando uma onda de indignação. Na altura, o presidente da Câmara, Pedro Ferreira, mostrou-se “revoltado” com a situação e garantiu agir em conformidade. Dias depois, embargou a obra, que aguarda agora o aval da Câmara para retomar os trabalhos.