Foto: Luís Ribeiro

O vereador Tiago Carrão (PSD) diz considerar que está a “deitar a perder” a “marca forte” do festival de estátuas vivas – marca cultural do município de Tomar que atraía bastantes visitantes – ao integrá-lo num festival mais abrangente de artes de rua, o Art’in Rua. Por seu lado, Filipa Fernandes (PS), vereadora com o pelouro da cultura, afirma que os projetos “não são estanques” e que se pretende alargar o festival, aproveitando o financiamento existente.

“Ao analisar o programa parece-me a mim que não é desta forma se calhar que se vai dar a tal continuidade ao festival de estátuas vivas, tendo em conta que num festival de alguns dias, estamos a falar de apenas quatro horas para as estátuas vivas”, disse Tiago Carrão.

Tiago Carrão (PSD), vereador Câmara Municipal de Tomar.

O edil fez ainda menção ao que o vereador Hugo Cristóvão (PS) havia dito sobre o festival estar a começar a tornar-se redundante e que já não tinha uma grande capacidade de atração de pessoas por si só, afirmando depois que o problema aí só pode ser da organização, tendo em conta que viu que o festival de estátuas vivas de Santarém esteve cheio com milhares de pessoas a assistirem ao festival.

“Nós tínhamos a vantagem de ser dos primeiros a ‘chegar ao mercado’ e isso é uma vantagem competitiva e parece-me que tínhamos uma marca forte, parece-me que estamos um pouco a deitá-la a perder, dando continuidade ou prosseguindo com o festival nestes moldes”, considera Tiago Carrão.

Começando por dizer que as estátuas vivas é “sem dúvida” uma arte de rua “muito importante” e valorizada pelo município, Filipa Fernandes afirmou no entanto que os projetos “não são estanques e não têm que ficar estanques naquilo que é o seu início”.

Filipa Fernandes (PS), vereadora Câmara Municipal de Tomar.

“O que nós tentámos fazer com este festival de artes de rua é efetivamente trazer estátuas vivas no sábado, portanto no sábado teremos estátuas vivas à tarde e à noite, e efetivamente teremos é também outras modalidades de artes de rua também neste festival (…) o que consideramos é que realmente as estátuas vivas poderiam ter aqui também outro objetivo, outro alargamento, outra dinâmica (…) que poderá ser uma mais valia para Tomar, efetivamente este projeto é financiado e portanto, como tal, achámos que não poderíamos perder esta oportunidade de trazer não só as estátuas vivas como outras nuances, outras performances, a este festival, visto que temos financiamento para tal”, explicou a eleita do Partido Socialista, que afirmou que o pretendido é que haja evolução e crescimento e não estagnação.

“Se vingar, muito bem, se não, estaremos cá para analisar e, porque não, depois voltar, isto é mesmo assim, os projetos volto a dizer não são estanques e temos de torná-los dinâmicos”, concluiu a autarca.

O vereador Tiago Carrão respondeu depois dizendo que não tinha nada contra o Festival de Artes de Rua, mas que poderiam era existir duas coisas diferentes, “porque desta forma parece-me a mim que a marca do festival de estátuas vivas fica muito diluída dentro do programa do festival de artes de rua, aliás basta olhar para o programa… não salta à vista e são apenas quatro horas em três dias, parece-me a mim que é uma diluição da marca e que talvez não se aproveite o potencial do projeto. Estamos cá depois então para fazer o balanço e veremos para próximas edições”, terminou o edil.

O Festival de Estátuas Vivas de Tomar vai voltar à cidade nabantina nos dias 16, 17 e 18 de setembro, mas desta vez num modelo “diferente”, integrando o Fanfarrão, um festival de artes de rua mais abrangente.

Licenciado em Ciências da Comunicação e mestre em Jornalismo. Natural de Praia do Ribatejo, Vila Nova da Barquinha, mas com raízes e ligações beirãs, adora a escrita e o jornalismo.

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