Foto: CM Tomar

Depois da demissão do ex-comandante dos Bombeiros Municipais de Tomar, Carlos Gonçalves, a concelhia do PSD de Tomar divulgou um comunicado em que acusa a presidente da Câmara de tomar “más decisões” e de ignorar “mau estar dentro da corporação”, bem como a lembrar “a apresentação de uma proposta de benefícios que foi aprovada, mas que o Partido Socialista meteu na gaveta, não mostrando interesse em concretizar”. Agora vem a concelhia do PS responder ao principal partido de oposição na Câmara de Tomar, referindo existir “leviandade” e “desconhecimento da realidade” na postura social democrata.

“O PSD de Tomar fez recentemente comunicado acerca dos bombeiros municipais que, pela importância do assunto e a leviandade demonstrada pelo que tem sido o primeiro partido da oposição e com responsabilidades de governação, é demasiado grave e obriga a que o PS tome posição”, começa o documento enviado ao mediotejo.net.

“Nesse comunicado é demonstrado não só desconhecimento da realidade, como a promoção do uso de atuações ilegais como por exemplo, com maior relevo, a atribuição de gratificações. O que não deixa de ser curioso, uma vez que embora fosse prática durante a sua governação, assim que passou à oposição durante o mandato 2013/2017, o PSD passou sistematicamente a referir ilegalidades nesses pagamentos, entretanto terminados. Agora, o PSD parece ter mudado de opinião mais uma vez”, prossegue o PS.

É referido também que “se houve desvalorização dos bombeiros e da sua importância foi o que ocorreu nos anos anteriores à atual governação”, mencionando que “a Presidente da Câmara Municipal tem diretamente consigo desde o primeiro dia o pelouro da Proteção Civil e Bombeiros, coisa da qual não há memória em relação aos dezasseis anos da governação PSD”.

Bombeiros de Tomar Foto: D.R.

O PS de Tomar refere que o comunicado do PSD revela “ideia conservadora e ultrapassada do que deve ser a gestão de uma corporação de bombeiros e da sua ação, contrária à necessária alteração de paradigma para fazer face aos desafios da atualidade – que relembramos, também nesta matéria são nacionais, e para isso também há que recordar a vigorosa e pública posição da Presidente de Câmara e da CIMT na defesa da carreira profissional dos bombeiros, entretanto já aprovada pelo Governo”.

Acusando a concelhia social-democrata de “falta de memória” e “tentativa de branqueamento”, enumera que foi a atual governação autárquica que criou “pela primeira vez na estrutura orgânica municipal a divisão de proteção civil, em que o comandante é simultaneamente chefe de divisão, e como tal academicamente habilitado, assim como a aposta na profissionalização e formação dos bombeiros”, referindo ainda a “criação de equipa única no Médio Tejo de busca e salvamento em estruturas colapsadas bem como ações de formação para tripulantes de ambulâncias de socorro entre outras formações que vão sendo realizadas regularmente”.

Mais refere o documento que houve “abertura de concursos para admissão ao quadro, algo que não acontecia há décadas, trabalho para continuar estando previsto para o próximo ano a abertura para mais 16 operacionais, para além de recrutas para voluntários” e “intervenção de fundo no quartel dos bombeiros, como não era feita desde a sua construção”.

Por fim, enumera o PS o esforço para “renovação da frota municipal” onde se procedeu “a aquisição de 3 ambulâncias mais um veículo florestal de combate a incêndios” e ainda “investimentos em equipamentos de proteção individual indispensáveis para a segurança do pessoal”.

Foto: DR

Por outro lado, o PS refere que comparar a corporação municipal de Tomar a outras “de âmbito privado detidas por associações humanitárias, em que o quadro legal bem como o financiamento é totalmente diferente, é não só continuar a estar agarrado à tal visão ultrapassada, como querer objetivamente enganar a população, e até mesmo um ou outro bombeiro mais distraído”.

No documento frisa o PS que tem havido por parte do PSD manipulação dos factos quanto ao serviço prestado pela corporação tomarense. “Tentativas de manipulação da opinião pública, tentando dar a ideia que outras corporações fazem serviços no nosso território por incapacidade da corporação de Tomar, são tão falsos como vergonhosos para um partido responsável, como atentatórios da imagem dos bombeiros e do município. Para mais, facilmente demonstrado o contrário pelo número de serviços efetuados, tal como é público que, há muitos anos, os serviços de cada corporação são geridos pelo Comando Distrital de Operações de Socorro”, pode ler-se.

O PS afirma ainda que o PSD “se pretende manter-se relevante e uma alternativa credível naquilo que deve ser o normal exercício da atividade política, não podemos deixar de rogar a que estude os assuntos e fale verdade, e não obtenha e emita opiniões como se estivesse em alguma página de rede social ou em conversa de café. A Democracia exige mais daqueles que se habilitam para a exercer em nome de todos e de uma comunidade”.

O comunicado da concelhia socialista termina com palavras endereçadas ao comandante cessante e ainda chefe de divisão, Carlos Gonçalves, a quem o PS diz reconhecer “competência e um papel que foi determinante para esta mudança de padrão, certos que continuará a ser um muito válido funcionário nas novas funções que no município virá a desempenhar”.

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Joana Rita Santos

Formada em Jornalismo, faz da vida uma compilação de pequenos prazeres, onde não falta a escrita, a leitura, a fotografia, a música. Viciada no verbo Ir, nada supera o gozo de partir à descoberta das terras, das gentes, dos trilhos e da natureza... também por isto continua a crer no jornalismo de proximidade. Já esteve mais longe de forrar as paredes de casa com estantes de livros. Não troca a paz da consciência tranquila e a gargalhada dos seus por nada deste mundo.

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