A regeneração urbana é definida como prioritária no concelho da Sertã para os próximos 20 anos Foto: CMSertã

O Plano Estratégico da Sertã, documento que vai definir as políticas de ação futuras para o concelho, está em elaboração e apresenta como principais desafios o combate ao envelhecimento da população e a sua qualificação.

“A regressão e o envelhecimento demográfico estão entre os maiores desafios que se colocam à Sertã”, pode ler-se no documento do Diagnóstico Estratégico, elaborado pelo grupo de estudos em Território e Inovação da Universidade de Aveiro.

Sobre as questões demográficas, José Farinha Nunes, presidente da Câmara Municipal da Sertã, diz serem um problema “não só do concelho mas do país porque estamos a falar de bebés que não nascem, há pouca natalidade e isso acontece também em Lisboa, os casais de Lisboa não têm mais bebés do que os casais do concelho da Sertã, é igual em todo o país e até na Europa, a população está a diminuir”.

Uma das soluções para fazer face a este problema e que está enumerada no Diagnóstico Estratégico é a importância do concelho “assegurar emprego e qualidade de vida”, mas ressalva que “não haverá emprego, nem investimento que se retenha ou se venha a fixar no Município, se não houver uma população residente qualificada que ocupe os empregos que importa criar”.

Neste sentido, o Diagnóstico Estratégico aponta para o facto de “apostas credíveis são as que passem pela capacidade de fixação dos jovens e de uma parte significativa daqueles que, residindo na Sertã, todos os dias saem para trabalhar fora do Município, criando condições locais de emprego para estes e incentivando o investimento”.

Segundo o Diagnóstico Estratégico, a “falta de qualificação académica e profissional de grande parte da população ativa” é outro dos grandes desafios que a Sertã terá de enfrentar. Para isso, sugere o documento, há que apostar no ensino técnico-profissional (público e privado), “em particular nos setores que geram mais emprego e mais riqueza, como a agricultura e a silvicultura, a indústria transformadora, a construção e o comércio e reparação de veículos motorizados e o transporte e armazenagem, mas também a educação e as atividades associadas ao alojamento e à restauração e as atividades de consultoria, científicas e técnicas”.

Ações de regeneração urbana, aposta numa oferta de qualidade dos serviços públicos de saúde, a floresta, negócios em torno do turismo e a cooperação interterritorial são algumas das apostas que o concelho da Sertã deverá ter nos próximos anos, refere o Diagnóstico Estratégico.

Ouvir os Munícipes

A elaboração do Plano Estratégico da Sertã está na fase de auscultação das opiniões e sugestões dos munícipes, após a qual o grupo de trabalho irá passar à fase de identificar as linhas estratégicas.

Sob o tema “O Futuro da Sertã: pensar e agir”, esta sexta-feira, dia 19, a partir das 21h, na Casa da Cultura da Sertã, realiza-se uma sessão pública que vai analisar o Diagnóstico Estratégico e onde se pretende que os munícipes apresentem as suas opiniões e sugestões sobre ações futuras para o concelho.

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As linhas estratégicas apresentadas pela Universidade de Aveiro serão depois analisadas e definidas pela autarquia (Foto: mediotejo.net)

Segundo José Farinha Nunes, presidente da autarquia da Sertã, “nós demos o primeiro passo, estamos a começar o processo de definição do Plano Estratégico, já ouvimos diversas entidades, ouvimos o que foi possível ouvir em termos de pessoas e de associações, que deram o seu contributo. Neste momento, vamos encerrar essa fase para passar a uma nova fase”.

“Esta reunião de hoje (sexta-feira, dia 19) servirá para ouvir a opinião das pessoas que queiram contribuir para este Plano Estratégico que é o documento mais importante que o concelho tem. Ainda não está fechado, estamos continuar a ouvir os munícipes, quanto mais pessoas ouvirmos, mais completo o documento fica porque não estamos a falar de algo para cinco anos, mas para um longo prazo e por isso tem de ser ouvido o maior número de pessoas e entidades possíveis”, refere o autarca.

Sobre as principais apostas do documento, José Farinha Nunes não quer, para já, avançar dizendo que “vamos primeiro acabar de ouvir a população para depois vermos a pré- proposta que será apresentada pelo grupo de trabalho e em função daquilo que nos apresentarem vamos também dar uma opinião, mesmo politicamente, para ver se aceitamos tudo ou não e a opinião final será da autarquia”.

“É certo que não é um documento que vai resolver os problemas, é preciso depois executá-lo, pode ficar um documento muito bem feito mas depois se não for executado não resolve os problemas”, salienta José Farinha Nunes.

O processo de elaboração do Plano Estratégico da Sertã irá continuar a decorrer ao longo deste ano mas é intenção da autarquia que esteja concluído no final deste ano.

O Diagnóstico Estratégico está disponível no site da Câmara Municipal da Sertã.

Margarida Serôdio

Entrou no mundo do jornalismo há cerca de 13 anos pelo gosto de informar o público sobre o que acontece e dar a conhecer histórias e projetos interessantes. Acredita numa sociedade informada e com valores. Tem 35 anos, já plantou uma árvore e tem três filhos. Só lhe falta escrever um livro.

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