Foto: DR

Nas descrições dos banquetes do siglo doro espanhol abundam as referências a pastilha consumidas em enormes quantidades e, como era normal, também ocorria o mesmo em Portugal nas casas nobilitadas a principiar na corte ducal em Vila Viçosa, espalhando-se por todas as casas opulentas, incluindo as religiosas, ou não fossem os conventos e mosteiros centros de irradiação doceira escorada em receitas luxuriantes nas quais o açúcar era o elemento fulcral na maioria das vezes em frutuoso conúbio com ovos de patas e fecundas pitas poedeiras. 

A pastilha é um delicioso bombom redondo, achatado fruto da cozedura de um xarope de açúcar misturado com açúcar glacé com um aroma e um corante, sendo dividido no antecedente à mão com a ajuda de um funil, agora a gota (drop) é extraída automaticamente pela ação da máquina.

Há pastilhas envoltas em chocolate, também noutros sabores. Será oriundo da rica e majestática casa Medicis preponderante na Europa no auge da navegação e conquista de territórios nas cinco partes do Globo dividido em dois na pequena povoação de Tordesilhas que figura nos anais por causa do célebre tratado entre Espanha e Portugal protegido com a capa do Papado romano. Outros tempos!

Armando Fernandes é um gastrónomo dedicado, estudioso das raízes culturais do que chega à nossa mesa. Já publicou vários livros sobre o tema e o seu "À Mesa em Mação", editado em 2014, ganhou o Prémio Internacional de Literatura Gastronómica ("Prix de la Littérature Gastronomique"), atribuído em Paris.
Escreve no mediotejo.net aos domingos

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