
Convidámos os diretores das bibliotecas municipais do Médio Tejo a fazerem as suas recomendações neste espaço, de forma alternada, todas as sextas-feiras. Esta semana, “Monografia do Concelho de Mação”, datada de 1947, de António de Oliveira de Matos, é o livro sugerido por Rosário Wahnon, Diretora da Biblioteca Municipal de Mação. Um livro que, ao longo das suas 300 páginas, conta a história de Mação.
Passe pela biblioteca… e boas leituras!
“Um livro é um mudo que fala,
um surdo que responde,
um cego que guia,
um morto que vive.”
Padre António Vieira
As Bibliotecas de hoje têm todos os dias novos desafios pela frente, sejam eles tecnológicos ou sociais. Estas, já não são simples guardiões de informação como há 50 anos atrás.
A Biblioteca moderna de hoje é sem dúvida a Internet, nela está concentrada uma quantidade massiva de informação como nunca antes a sociedade tinha visto. Todavia não nos podemos esquecer das Bibliotecas mais convencionais que continuam a ser ainda hoje fundamentais para as nossas vidas.
As Bibliotecas estão a viver uma fase de mudança da sua natureza, dos objetivos, dos seus serviços e da sua relação com a comunidade. Estas deixaram de ser o local onde estão reunidos livros e revistas impressos para se tornarem um espaço de acesso a informação e conhecimento em múltiplos formatos: livros, revistas, multimédia, filmes, música, web, bases de dados, entre outros.
Esta transformação permite que as Bibliotecas públicas modifiquem a sua ação junto da comunidade envolvente, dirigindo-se a novos públicos, oferecendo novos serviços e desenvolvendo novas redes de conhecimento.
Mas é fundamental, que numa sociedade que caminha cada vez mais para a virtualidade, que o Livro seja visto como a razão da existência das Bibliotecas. Que este seja o impulsionador da vinda dos leitores às Bibliotecas, quer seja para objeto de pesquisa, estudo, leitura, …
Todos sabemos, ou deveríamos saber, que as Bibliotecas são fontes de informação importantíssimas. Nelas se encontra uma grande variedade de informação em vários suportes. E, claro que desta grande diversidade se destaca, o mais assombroso, o LIVRO. O Livro é … o Livro é uma extensão da memória e da imaginação. Quando se fala da biblioteca de Alexandria, diz-se que ela é a memória da humanidade. O livro é isso e também algo mais: a imaginação. Pois o que é o nosso passado senão uma série de sonhos? Que diferença pode haver entre recordar sonhos e recordar o passado? Tal é a função que o livro realiza.
(…) Se lemos um livro antigo, é como se lêssemos todo o tempo que transcorreu até nós desde o dia em que ele foi escrito. Por isso convém manter o culto do livro. O livro pode estar cheio de coisas erradas, podemos não estar de acordo com as opiniões do autor, mas mesmo assim conserva alguma coisa de sagrado, algo de divino, não para ser objeto de respeito supersticioso, mas para que o abordemos com o desejo de encontrar felicidade, de encontrar sabedoria.
Jorge Luís Borges, in ‘Ensaio: O Livro’

E é nesta linha de pensamento que sugerimos como leitura/pesquisa um dos Livros mais importantes e antigos para o Concelho de Mação a “Monografia do Concelho de Mação”, datada de 1947, de António de Oliveira de Matos.
Este Livro é uma ferramenta útil, indispensável e muito interessante no sentido em que nos permite saber mais do espaço e das pessoas que compõem e habitam o concelho de Mação. As histórias perdem-se ao longo dos tempos, os arquivos são poucos, alguns privados e a memória do povo vai-se desintegrando no tempo. Todos os fatores das várias áreas que fizeram de Mação o Concelho que é estão reunidos neste livro o que permita que o passado não se perca e que a identidade das gentes de Mação se reproduza.
As suas páginas procuram fazer um retrato tão completo quanto possível de todo o território, da sua História e das suas estórias nos mais diversos campos histórico e etnográfico, organizadas de forma a funcionarem como uma espécie de registo identitário do concelho. Procuram facilitar aos munícipes, em geral, o acesso a um conjunto de conhecimentos ou informações sobre o seu concelho, cuja utilidade variará em função do interesse que consiga despertar a cada um.
São cerca de 300 páginas de história de Mação e de Portugal que esperam por si!
Rosário Wahnon