Dezenas de estudantes e investigadores internacionais apresentaram hoje em Mação, no arranque do seminário Apheleia, uma mão cheia de projetos para o Médio Tejo. O TURARQ, por exemplo, visa aliar o património arqueológico ao turismo e aos novos recursos digitais, envolvendo a população e turistas, criando ainda uma app para um turismo sustentável. Um Festival da Pré-história e Conhecimento Tradicional foi outra das ideias reveladas.
O Seminário Apheleia 2023 iniciou-se esta quarta-feira, dia 22, no Auditório do Centro Cultural Elvino Pereira, onde vai decorrer até ao próximo dia 31. Estiveram presentes cerca de cinco dezenas de estudantes e investigadores de vários países. Na sessão de abertura, o presidente da Câmara Municipal de Mação, Vasco Estrela, deu as boas-vindas e enalteceu o trabalho que tem sido desenvolvido pelo Museu de Mação e que muito tem contribuindo para o desenvolvimento da arte pré-histórica em Mação.
O professor Luiz Oosterbeek teve a primeira participação do dia com o tema da ‘Continuidade e Mudança: motivos para entender quando e como as culturas se tornam “outra coisa?’, onde abordou ainda alguns conceitos a ter em conta no seminário do Apheleia.
Hugo Gomes e Sara Garcês, por sua vez, apresentaram o TURARQ, projeto que visa contribuir para o desenvolvimento rural da sub-região do Médio Tejo, aliando o património arqueológico ao turismo e aos novos recursos digitais.
O desafio é o de melhorar o sistema tradicional de proteção e gestão turística dos espaços naturais onde estão localizados os recursos patrimoniais nas áreas rurais, modernizá-los e formar um modelo de gestão integrada transferível, com o objetivo de contribuir para um Turismo Sustentável.

A criação deste projeto, com promoção do Turismo Patrimonial, visa beneficiar os territórios de baixa densidade, gerando riqueza e novos empregos, tanto direta como indiretamente. Em Mação, além do objetivo de atingir novos visitantes, pretende-se que alunos das escolas, o clube Sénior, bem como a Universidade Sénior, sejam integrados em atividades de modo a conhecerem os espaços arqueológicos do concelho.
Pretende-se ainda criar uma app gratuita, onde seja possível que as pessoas criem o seu próprio itinerário, facilitando os turistas que venham visitar o património arqueológico em Mação. Existe a ideia de, mais tarde, criar um Festival da Pré-história e Conhecimento Tradicional, foi ainda revelado.
O TURARQ é um projeto financiado pela União Europeia, Centro 2020 e Portugal 2020.
Marco Martins apresentou ainda o tema “Educação Transformacional para Turismo Sustentável- Segmentação de pré-adolescentes”, enquanto Hermínia Sol e Manuela Sofia Silva apresentaram o “Ridepooling com Saramago: Literatura e Entrelaçamentos Transmedia no Médio Tejo”, projeto de investigação que visa divulgar o património cultural da região através do ponto de vista de José Saramago, que descreve este território na sua vasta obra e em particular no livro Viagem a Portugal.

Após a pausa para almoço, houve tempo para atividades interativas, com um workshop de mediação e interpretação do património, por Inês Câmara, em que apresentou exemplos das mais variadas culturas e deu aos participantes oportunidade de praticar algumas atividades.
Para finalizar este primeiro dia do Seminário, Fernando Coimbra apresentou um vídeo com sons e imagens de lugares funerários pré-históricos tardios em Portugal.
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