Em primeiro plano, o Presidente da Câmara de Ferreira do Zêzere, Jacinto Lopes. Foto: mediotejo.net

O presidente da Câmara de Ferreira do Zêzere criticou uma intervenção do autarca da Chamusca durante uma reunião de Câmara em que este denunciou publicamente um problema de dívidas parte dos municípios do norte do distrito associados da empresa intermunicipal Tejo Ambiente à Resitejo, empresa presidida pelo autarca daquele concelho da Lezíria. A própria Presidente da Tejo Ambiente, Anabela Freitas, já tinha lamentado as palavras de Paulo Queimado.

“Paulo Queimado (Presidente da Câmara da Chamusca) teve uma atitude irrefletida, errada”, lamentou o Presidente da Câmara de Ferreira do Zêzere, Jacinto Lopes, na sessão da Assembleia Municipal realizada no dia 16, no Centro Cultural.

Para Jacinto Lopes, “este tipo de coisas diz-se entre colegas presidentes de Câmara, olhos nos olhos, e não através de um jornal, a pôr em causa os municípios”.

ÁUDIO: JACINTO LOPES, PRESIDENTE CM FERREIRA do ZÊZERE:

Começou por esclarecer que as dívidas à Resitejo não eram dos municípios do norte do distrito, como tinha referido Paulo Queimado, mas sim da Tejo Ambiente. Acrescentou que na altura “havia pelo menos duas Câmaras que deviam muito mais do que a Tejo Ambiente”.

Jacinto Lopes, que integra o Conselho de Administração da empresa intermunicipal sediada em Ourém, reconhece que as faturas em atraso referiam-se a dezembro, janeiro e fevereiro. Neste momento, os pagamentos à Resitejo “estão em dia”, garante. “Devemos faturas mas estão dentro do prazo de pagamento, a conta corrente está equilibrada”.

Seja como for, o autarca de Ferreira do Zêzere reconhece que a Tejo Ambiente também está com problemas de tesouraria. Lembrou o contexto em que foi criada, com um capital social de 600 mil euros e nesta altura já vai com mais de 20 milhões de obras no terreno.

Palavras do presidente da Câmara de Ferreira do Zêzere durante a sessão da Assembleia Municipal:

Em 2020, primeiro ano de atividade, a Tejo Ambiente registou um saldo negativo de 2 milhões e 281 mil euros, défice que vai ter de ser coberto pelos seis municípios, proporcionalmente ao capital social de cada um. No caso de Ferreira do Zêzere, a Câmara vai ter de transferir ainda este mês 181 mil euros.

Apesar das dificuldades financeiras da empresa, Jacinto Lopes diz que já se começam a sentir as vantagens da agregação municipal. “A pouco e pouco estamos a tentar equilibrar as coisas. A empresa tem tudo para ter sucesso e para manter um tarifário equilibrado”, conclui.

José Gaio

Ganhou o “bichinho” do jornalismo quando, no início dos anos 80, começou a trabalhar como compositor numa tipografia em Tomar. Caractere a caractere, manualmente ou na velha Linotype, alinhavava palavras que davam corpo a jornais e livros. Desde então e em vários projetos esteve sempre ligado ao jornalismo, paixão que lhe corre nas veias.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *