A minha tendência (que espero não perder) leva-me fazer perguntas inopinadas, muitas vezes a suscitarem interrogações, crispações e vivazes irritações. Imaginem uma refeição tida como de explicitação de harmonização de beberes e comeres quando interrogo o Chef sobre quais as ervas contidas em determinado preparo culinário em virtude de na carta aparecer a denominação genérica – ervas – porém não as enumerava.
A pergunta poderá ter sido entendida como provocatória, não era e não é. Com efeito, no universo das ervas aromáticas da horta em cozinha são: armola, alface, espinafre, azedas, acelgas e beldroegas. Estas ervas empregam-se em caldos, sopas, saladas e guarnições muito ao gosto de quem as prepara.
As ervas de temperar que muitas cozinheiras chamam cheiros são constituídas por: manjericão, segurelha, rosmaninho, louro e tomilho muitas vezes apresentadas moídas e misturadas.
Há séculos os vegetais davam e dão substância alimentar às classes mais desfavorecidas para quais a carne e o peixe (especialmente no interior) só eram motivo de satisfação palatal nos dias nomeados e de festa.
As plantas e as ervas, passada a euforia da carniça em pitanças de untar a barbela, vêm conhecendo pujante importância na nossa saúde em virtude de potenciarem modos de vida mais sãos e, logicamente, menos dispendiosos aos sistemas de saúde e sanitários.
A moda é comer verde como se todos fossemos adeptos do Sporting. Para lá da chalaça de panela ao lume, os vegetais são essenciais às dietas de todos. Como era de esperar o Chef não se mostrou prazenteiro com as referências culinárias que aduzi, fechou a viseira até ao fim do repasto (termo que não me é simpático), porém, quando a tigela entorna a toalha é que as paga.
Como diria o célebre Malhadinhas: «mas quem te manda a ti Zé Tompete meter-se onde ninguém se mete!»