Após o fatídico acidente a 28 de janeiro, no cruzamento entre a Rua da Barroca e a Rua da Maruja, no Entroncamento, que vitimou uma menina de 4 anos, a comunidade entroncamentense tem demonstrado a sua dor com vigílias e colocação de peluches e flores em frente à Câmara Municipal, ao mesmo tempo que expressa a sua indignação para com a falta de segurança sentida na cidade com a colocação de cartazes no local. Esta segunda-feira, 31 de janeiro, aconteceu nova vigília em frente ao edifício dos Paços do Concelho, onde é agora também visível uma faixa negra colocada pela autarquia em sinal de luto pela morte da pequena Beatriz.
As vigílias em memória da vítima mortal da colisão que aconteceu na passada sexta-feira entre duas viaturas de passageiros têm sido organizadas por munícipes através de grupos nas redes sociais. Após uma primeira ação no domingo, que encheu a escadaria de acesso ao edifício da Câmara Municipal de peluches, velas, flores e cartazes em homenagem à pequena Beatriz, de 4 anos, esta segunda-feira o Largo José Duarte Coelho voltou a compor-se com cidadãos anónimos que vieram deixar o seu apoio à família enlutada e, simultaneamente, expor a sua indignação perante os últimos episódios de excesso de velocidade e corridas ilegais que acontecem por toda a cidade.
“O nosso único objetivo é fazer uma homenagem à menina. Foi uma menina que perdeu a vida, não tinha culpa absolutamente nenhuma, foi apanhada no meio disto. A cidade está em choque”, conta ao mediotejo.net uma das organizadoras destas vigílias, que pede anonimato.
O movimento de homenagem à Beatriz surgiu da união de diversas mães do concelho e rapidamente, através das redes sociais, se espalhou pela cidade. À semelhança da primeira vigília, a realizada esta segunda-feira contou com diversos cidadãos anónimos que quiseram mostrar a sua solidariedade. De uma paragem rápida de carros em frente à escadaria para depositar um peluche, aos pais que trazem consigo os filhos para ali deixar também um brinquedo, aos que apenas vão ao local para ficar durante breves momentos em silêncio, foram dezenas as pessoas que no espaço de uma hora mostraram o poder da sua presença em frente à Câmara Municipal.
Além da homenagem, está também bem presente a revolta. “Paz nas estradas do Entroncamento” ou “A voz pela justiça e segurança na cidade”, são algumas das frases expostas em cartazes junto aos peluches.
“Já por várias vezes já foram alertadas as autoridades sobre este assunto [o cruzamento] e o próprio presidente de Câmara já foi abordado em reuniões de Câmara e fica sempre a assobiar para o lado, nada fez. Não está aqui em causa como é que aconteceu o acidente, de quem é que foi a culpa, está sim que a zona é perigosa, o cruzamento tem pouquíssima visibilidade e nunca nada foi feito”, diz-nos outra munícipe, que sublinha que aquilo que se exige é “que seja tomada uma ação, porque se tivesse sido tomada antes quase de certeza que não se teria chegado a este desfecho”.
“E depois de tanta acumulação de situações, foi preciso acontecer esta tragédia para o povo se levantar realmente. E não pode ficar por aqui, temos de avançar até às últimas instâncias. Há anos que esta situação se arrasta, há anos que é falada em reunião de Câmara. (…) As pessoas estão-se a mexer e não vão parar”, acrescenta outra cidadã.
E o que reclamam estes munícipes? “Mais policiamento, mais segurança, fazerem uma maior vigília em certas zonas da cidade, porque nós não nos sentimos seguros de todo. Cada vez esta terra está mais votada ao abandono, é o salve-se quem puder”, contam ao nosso jornal, garantindo que há pessoas a deixar o concelho por este motivo.
De facto, o tema da insegurança na cidade tem sido por diversas vezes abordado, nomeadamente em sede de reunião de Câmara, com as mais recentes denúncias feitas pelos vereadores do PSD que referem a existência de corridas ilegais e gincanas em diversos pontos da cidade. Perante tais exposições, o presidente da Câmara Municipal, Jorge Faria, diz que a autarquia tem pressionado as autoridades policiais competentes para um reforço das ações.

Câmara emite voto de pesar pela morte de Beatriz e coloca faixa negra na varanda dos Paços do Concelho
Esta segunda-feira, 31 de janeiro, também a Câmara Municipal se expressou publicamente sobre o fatídico acidente que vitimou a menina de 4 anos, emitindo um voto de pesar assinado pelo presidente do Município, Jorge Faria.
“É com profundo pesar que a Câmara Municipal do Entroncamento assinala o falecimento da menina Beatriz, de forma trágica e prematura, no acidente rodoviário da passada sexta-feira, 28 de janeiro. Num momento difícil como este, que envolve a morte de uma criança, o luto é extensível a toda a comunidade, que se solidariza com esta família neste momento de profunda dor. A Câmara Municipal do Entroncamento endereça aos familiares, amigos e a todos que se uniram na dor desta família e choram a sua morte, as mais sentidas condolências”, pode ler-se na nota partilhada pela autarquia nas redes sociais.

Esta terça-feira, 1 de fevereiro, o executivo camarário do Entroncamento reúne-se em sessão ordinária por videoconferência, esperando-se mais esclarecimentos por parte da autarquia acerca desta situação. O mediotejo.net sabe que uma das munícipes organizadoras deste movimento vai intervir na sessão, expondo a revolta pela insuficiência da ação das autoridades policiais e apelando à tomada de posição para inverter a insegurança sentida no concelho.
Quanto ao estado de saúde dos outros dois feridos no acidente que vitimizou a jovem Beatriz, de 4 anos, o mediotejo.net sabe que a mãe, Margarida Antunes, de 47 anos – que nunca correu risco de vida – já teve alta hospitalar no domingo, 30 de janeiro. Já o filho mais velho, Gabriel, de 13 anos, foi transferido do Hospital de Abrantes após intervenção cirúrgica para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde se encontra atualmente nos Cuidados Intensivos Pediátricos.
A data do funeral da pequena Beatriz ainda não é conhecida, devendo acontecer até ao final desta semana. Para esta terça-feira, 1 de fevereiro, está agendada nova vigília em frente aos Paços do Concelho a partir das 14h00, finda a qual os peluches deixados serão recolhidos para serem doados a instituições acolhedoras de crianças em situação de risco, nomeadamente nos concelhos de Vila Nova da Barquinha e Torres Novas, entre outros.
Porque é que não falam da etnia do assassino?
Porque é que continuam a mascarar sendo uma fonte de informação que deve ser clara e objectiva?
Continuem assim que para a semana ou amanhã acontece o mesmo!
Continuem a votar PS…
Paz á alma da Beatriz e á família enlutada!
A iniciativa é louvável, mas os problemas do Entroncamento e do país no seu todo não se resolvem com iniciativas destas.
Infelizmente muitos mais casos vão ter que acontecer por esse país fora até que um dia este pobre povo ponha a mão na consciência.
Há dois dois dias atrás um dos partidos que tem assumido uma postura negacionista relativamente às questões da segurança, recordo apenas os episódios dos incêndios de Pedrógão, os casos que envolveram o ministro Eduardo Cabrita, o partido que votou contra o subsídio de risco da PSP e da GNR, o mesmo partido que não falou uma única vez em segurança na última campanha eleitoral , ganhou as eleições legislativas com maioria absoluta.
Façam favor de refletir portugueses!
Como é que é possível este aproveitamento de um acidente em que morreu uma criança para atacarem uma etnia só porque esteve envolvida no acidente? Só essa etnia é que tem acidentes? A própria notícia diz que o cruzamento já tinha tido mais acidentes. Foram todos com ciganos? Afinal o choque é pelo falecimento de uma criança ou contra os ciganos? Se tivesse sido um de vocês já era aceitável? Tenham respeito!
Sophie,
Não sou advogado de ninguém, mas o Tiago quiz por o dedo numa frida que está á vista de todos!
Não se trata de um aproveitamento, mas a constatação de um facto: um cidadão de uma determinada etnia, sem carta de condução como já vi referido, em completo desrespeito pelas regras da sociedade, mata uma criança inocente e destrói uma família de 4 pessoas. Diria ainda, muito provavelmente, conduzindo uma viatura adquirida com o dinheiro, sujo, ou proveniente, não sei se dos seus, mas dos meus impostos!
Isto são fatos!
Existiram ali outros acidentes? Sim, mas sem causar vítimas e com cidadão habilitados com carta e que não faziam da estrada uma pista de corridas!
Agora pergunto-lhe eu: se fosse a sua filha que fosse a sepultar hoje, o seu filho internado, a senhora a condutora e a sua família destruída vinha aqui com a mesma narrativa!?
Ponha a mão na consciência!!