Anabela Freitas, presidente da CIM Médio Tejo, não se quis adiantar muito em detalhes sobre o projeto em conversa com o nosso jornal, embora já o conheça, mas realçou a “importância social” no processo e no projeto, sendo que a mais valia direta será para Abrantes. “E bem, porque também o impacto maior foi em Abrantes, mas acho que todo o território do Médio Tejo fica a ganhar com o projeto”, frisou a presidente da CIM, e que também é presidente da Câmara Municipal de Tomar.
Anabela Freitas explicou ainda que a potência que se encontrava instalada naquela zona – em números redondos – era de 600 megawatts, sendo que foram atribuídos cerca de 200 ao projeto da Endesa, pelo que “há aqui ainda uma potência que precisa de ser atribuída, e entendemos nós que precisa de ser atribuída, e que pode ainda cativar mais investidores, para além da Endesa”, perspetiva Anabela Freitas.
Segundo anunciado pela Endesa, a empresa recebeu um direito de ligação à Rede Elétrica de Serviço Público (RESP) de 224 MVA para instalar 365 MWp de energia solar, 264 MW de energia eólica com armazenamento integrado de 168,6 MW e um eletrolisador de 500 kW para a produção de hidrogénio verde.
A proposta da Endesa, empresa elétrica líder em Espanha e a segunda em Portugal, inclui um ambicioso projeto de formação e de desenvolvimento social e económico para a região de Abrantes.
Foi criado “um plano de formação de mais de 12.000 horas, que permitirá a reciclagem profissional de mais de 2.000 pessoas, abrindo também a possibilidade de futuros empregos para os desempregados da região”, avança a empresa.
“Este plano de formação inclui cursos que vão desde a construção e instalação de centrais solares, à operação e manutenção de centrais renováveis. Adicionalmente, inclui atividades do setor primário, uma vez que estas vão passar a fazer parte da atividade de todas as instalações da Endesa, que vão integrar agricultura, pecuária ou apicultura entre os painéis”.
Além disso, “estão ainda incluídos cursos de competências transversais, em funções administrativas e ferramentas digitais”. Estas iniciativas destinam-se sobretudo aos habitantes da região de Abrantes que se encontrem em situação de desemprego, sendo dada prioridade de acesso a estes cursos aos trabalhadores da Central.
Esta formação, diz a empresa, “é essencial na abordagem aos novos projetos de energias renováveis da Endesa no Pego, pois será necessária mão-de-obra qualificada”.
A Endesa compromete-se a criar “75 postos de trabalho diretos permanentes”, recorrendo prioritariamente a mão-de-obra de antigos trabalhadores da Central do Pego.