Pela sensibilidade do tema em causa e pelas consequências pessoais que as notícias por nós reveladas possam eventualmente ter na carreira e reputação de Paula Costa, ex-diretora do Lar Dr. Carlos Azevedo Mendes (Lar das Raparigas), da Santa Casa da Misericórdia de Torres Novas, a direção do mediotejo.net publica o seguinte texto, ao abrigo do Direito de Resposta previsto pela Lei de Imprensa:
“Na qualidade de visada no vosso artigo com o titulo ‘Misericórdia avança com inquérito disciplinar e Segurança Social intensifica visitas ao Lar das Raparigas’, venho nos termos do disposto no artigo 249, n° 1 da Lei de Imprensa, exercer o meu direito de resposta nos termos seguintes: A Casa de Acolhimento, desde que iniciei funções, tem um ambiente harmonioso e de proximidade com as Crianças e jovens acolhidas, salvaguardando a sua segurança, conforto, bem-estar, as quais são integradas por ordem dos Tribunais e CPCJ.
Efetivamente, ainda, decorre um processo disciplinar interno a uma colaboradora da Ação Educativa, face a alegadas agressões a uma criança, porém tal processo ainda está a correr os seus termos, sem que, ainda, haja qualquer conclusão ou evidencia da alegada agressão. As fugas sempre aconteceram nesta casa e tais situações foram comunicadas pela Diretora Técnica, por ser pessoa que legalmente tem competência para o fazer, ao Tribunal/Ministério Público, PSP e Segurança Social. Àpresente data, esta Resposta Social tem tido acompanhamento/apoio de duas Técnicas do Centro Distrital de Santarém.
Relativamente às três jovens desaparecidas, foram localizadas pela PSP do Entroncamento e encaminhadas para a Esquadra da PSP de Torres Novas, posteriormente, por ordem do Tribunal duas jovens foram colocadas junto das respetivas mães. Entretanto, a uma das jovens foi aplicada medida de Promoção e Proteção junto da mãe, a outra foi aplicada medida de Promoção e Proteção junto da mãe até ser encontrada vaga noutra Casa de Acolhimento e a terceira, aguarda colocação / integração em outra Casa de Acolhimento Residencial.
No que diz respeito ao facto da avó paterna de uma jovem ter pernoitado na nossa Casa de Acolhimento Residencial, foi uma decisão da Técnica Gestora do Processo e não da Equipa Técnica da Casa. É de salientar que a saída de uma jovem de 18 anos foi reportada pela Diretora Técnica à PSP de Torres Novas e Tribunal de Família e Menores de Tomar, com medida de Promoção e Proteção de Acolhimento Residencial, sendo que a sua saída, foi por sua iniciativa própria, uma vez que aos 18 anos, a Instituição não pode legalmente impedir a respetiva saída. Para permanecer tem que fazer o pedido a quem de direito, antes dos 18 anos. É de ressalvar ainda que a própria no seu percurso na Instituição já estava a ser acompanhada pelo Serviço de Psiquiatria de Tomar, CHMT – Unidade de Tomar. Alias as nossas crianças são acompanhadas pelos seus Médicos de Família, Pediatria, Pedopsiquiatria e Psiquiatria, entre outras especialidades. É de referir que as crianças/jovens têm assegurado vários serviços, a alimentação, higiene pessoal, apoio psicossocial, roupa e calçado, atividades extracurriculares Música, Guias, Futebol, Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) eAtividades de Animação e Apoio à Família (AAAF), entre outras. Sendo que todas as crianças e jovens têm uma Encarregada de Educação (Educadora Social), que faz o acompanhamento regular junto das Escolas, desta Cidade, Centro Escolar Visconde de São Gião, Escola EB 2,3 de Manuel Figueiredo, Agrupamento das Escolas Artur Gonçalves, Escola Profissional de Torres Novas. Relativamente à jovem que se recusou a deslocar-se para o Estabelecimento de Ensino com calcado adequado, a situação foi sinalizada pela Diretora Técnica ao Ministério Público. Esta jovem tinha ido, no passado dia 6 de abril de 2023, a pé por iniciativa própria para o Entroncamento com mais duas jovens, tendo ficado com os pés magoados. Quanto ao fornecimento de calçado adequado à situação foi-lhe fornecido, porém foi recusado pela jovem, conforme foi relatado ao Tribunal. Entretanto, foi detetado que desde 21 de fevereiro de 2023, um grupo de jovens foram «manipuladas» por pessoas do exterior que as levaram a tomar comportamentos inadequados, nomeadamente a vontade de ri de chinelos para a escola, entre outros, os quais foram identificados às Entidades competentes.
Entretanto, esclareço que fiquei de férias por motivos pessoais e tinhas dias de férias referentes ao ano de 2022 os quais tinham que ser gozados, não sendo verdade que apresentei um pedido férias repentino, como noticiaram. Por fim, gostaria de informar que estive na Casa desde o dia 20 de outubro de 2022 até ao dia 3 de abril de 2023, a minha saída foi solicitada à MA, por iniciativa própria e não por qualquer outro motivo relacionado com a Casa de Acolhimento. Contudo permaneço na Santa Casa a trabalhar como Assistente Social.
Paula Costa