O arranque das obras de reabilitação da ponte metálica da Praia, que liga Constância Sul à Praia do Ribatejo, em Vila Nova da Barquinha, e que irão permitir a abertura ao trânsito a pesados, ainda não está definido mas, segundo informação facultada pelas Infraestruturas de Portugal, S.A. ao mediotejo.net, a conclusão das obras só se verificará “após 2016 e antes do fim do Quadro Comunitário de Apoio”, em 2020.
O anúncio do investimento de cinco milhões de euros para a reabilitação e alargamento da atual ponte de Constância, para circulação de pesados foi feito no início deste ano mas, até ao momento, desconhecem-se os pormenores do projeto previsto.
De acordo com o Governo, a concretização das obras de requalificação da ponte metálica de Constância «assenta no potencial limitado de captação de investimento privado para a sua realização».
Júlia Amorim, presidente da Câmara Municipal de Constância disse ser “importante que o Governo reconheça a necessidade da melhoria desta infraestrutura” mas que “o levantamento de restrições à circulação de pesados não resolve o problema das acessibilidades na região do Médio Tejo e do Ribatejo, em geral”.
Com as obras de reabilitação na ponte rodoviária que liga Abrantes a Rossio ao Sul do Tejo tem-se verificado um aumento do tráfego de ligeiros na ponte da Praia.
As obras e os constrangimentos à circulação na ponte de Abrantes começaram em setembro de 2014 e deveriam terminar no próximo dia 25 de novembro, mas os prazos estão a derrapar e os trabalhos vão prolongar-se, pelo menos, por mais 3 meses, até ao final de fevereiro de 2016.

Nas condições atuais o maior constrangimento é o aumento do tempo de espera porquanto na ponte o trânsito circula alternadamente através de regulação por semáforos”, lembra Júlia Amorim.
A autarca, em declarações ao mediotejo.net, defende a construção de uma nova ponte sobre o Tejo e afirma que a solução que melhor serve a região é uma nova ponte situada entre Constância e Tramagal”, recordando que, a este respeito, “já existe um Estudo Prévio da Variante à EN 118 entre Constância (Sul) e Gavião com estudo do impacto ambiental, o qual inclui uma travessia do rio Tejo, a nascente de Constância, para ligação entre a Variante e o IP6 (A23)”.
Júlia Amorim lembrou os projetos de turismo que se encontram “subaproveitados” e destacou os problemas sentidos pela CAIMA – empresa transformadora de madeira em pasta de papel e produção de energia elétrica a partir de biomassa sediada no concelho.
“A Caima tem sido seriamente afetada na receção de matéria prima, tal como a Mitsubishi, no Tramagal, que se encontra impedida de escoar a sua produção diretamente à A23.
Também pequenos industriais e comerciantes têm de suportar custos de longas viagens para transferir os seus bens e serviços, bem como os veículos militares, com tonelagem superior a 3,5 toneladas, e o Eco Parque do Relvão são alguns dos prejudicados com a deficiente ligação rodoviária que se faz sentir na região.
A presidente da Câmara de Constância considera ainda que o montante previsto de 5 milhões de euros de investimento na Ponte da Praia “não é suficiente para resolver o problema”, uma vez que “poderá permitir a passagem a pesados mas será sempre um estrangulamento devido ao facto do trânsito circular alternadamente”.
De acordo com um documento do Governo a que o mediotejo.net teve acesso, o projeto de reabilitação da ponte de Constância “potencia a melhoria de ligações consideradas insuficientes de veículos pesados às zonas industriais de Constância e Vila Nova da Barquinha e instalações industriais” mas acrescenta ainda que “mantém-se a necessidade de avançar com outras obras”.
“A travessia do Tejo pelos veículos pesados na região do Médio Tejo deverá ser equacionada em conjunto com a melhoria das acessibilidades na zona da Chamusca – Ecoparque do Relvão – que, por sua vez, estão associadas ao corredor do IC3 com uma nova ponte.”
O documento governamental não refere, contudo, nenhuma calendarização para a construção dessa nova ponte, há tantos anos reclamada na região.