A Assembleia Municipal da Chamusca aprovou por larga maioria uma moção apresentada pela bancada do PS sobre acessibilidades e a premência da conclusão do IC3/A13 com a construção de uma nova ponte sobre o rio Tejo.
Coube à deputada Andreia Fernandes (PS) ler o extenso texto no qual se faz o historial desta luta dos chamusquenses já com décadas de existência.
Apenas o eleito do Chega, Eduardo Amaral Netto, votou contra por considerar a moção “extensa, genérica, mirífica e redundante”, defendendo mais “iniciativas concretas” e menos “declarações de intenções”. Foi nesse sentido que apresentou uma proposta de construção de uma nova ponte sobre o Tejo que foi chumbada pelas restantes bancadas.
Na moção do PS, defende-se que “sejam envidados todos os esforços por parte desta Assembleia Municipal, em conjunto com a Câmara Municipal e todos os partidos representados, junto do novo Governo e dos respetivos Ministérios, para a apresentação do teor da presente moção e exigência da conclusão do IC3/A13”.
“Há que potenciar aquela que é mais que uma exigência da região: é uma necessidade de concretização para que a estratégia nacional seja uma realidade”, argumentam os autarcas chamusquenses.
Consideram que “a atração de investimento produtivo, que deve ser considerado um desígnio nacional, é consistentemente bloqueada pela realidade infraestrutural da região, nomeadamente a sul do Tejo pela ausência de uma ligação ferroviária e rodoviária eficaz, em que a conclusão do troço do IC3/A13, que permitirá ligar Vila Nova da Barquinha a Almeirim, tem sido identificada em vários documentos como uma prioridade em termos de investimentos infraestruturais no país”.
Dá-se como exemplo o Programa Nacional de Reformas para 2020 (PNR 2020), o Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas 2015-2020 (PETI3), o Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo (PROT-OVT), onde esta rodovia teve particular destaque, considerada essencial para alavancar economicamente zonas do interior, tipicamente rurais e mais desfavorecidas, tornando-as atrativas do ponto de vista de expansão territorial, quer urbana, quer industrial.
De acordo com o texto da moção, “a necessidade de conclusão do IC3/A13 possui implicações que vão além das mencionadas pelo PETI3+ – acessibilidade e mobilidade – e que foram realçadas aquando do anúncio da sua execução, decorria o ano de 2007″.
No texto, é lembrado, nomeadamente, o incentivo ao desenvolvimento económico e territorial (potenciando, por exemplo, o surgimento de novas indústrias, a melhoria do escoamento de mercadorias e a redução de custos para empresas e comunidade) e a redução de riscos e de impactes ambientais, (por exemplo em relação ao ruído, que comporta um elevadíssimo risco para o bem-estar das populações das localidades constantemente atravessadas por veículos pesados de transporte de resíduos, constituindo desta forma um risco acrescido para a saúde pública)”.

Paulo Queimado, presidente da Câmara da Chamusca, tem lembrado aos longo dos tempos que, além de se tratar de um “projeto estruturante” para a região, esta ligação foi assumida como uma contrapartida aquando da construção naquele concelho do Ecoparque do Relvão na Carregueira, para onde são encaminhados os resíduos perigosos de todo o país e onde funcionam, desde 2008, os únicos dois Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos Perigosos (CIRVER) existentes no país.
Até que enfim que uma Autarqui finalmente coloca o dedo na ferida que é a falta da ligação do IC3 entre Almeirim e a Atalaia. Por ali, desde Almeirim, Alpiarça, Vale de Cavalos e Chamusca, passam todos os dias dezenas de camiões carregados de tudo e mais alguma coisa incluindo matérias perigosas para serem tratadas nos CIRVER na Carregueira. Se um dia, dentro duma daquelas localidades acontecer um acidente grave com essas viaturas ninguém pode prever as consequências funestas que podem advir para as poulações que ali vivem com portas e janelas para aquela estrada nacional. Ontem já era tarde, até porque aquele troço está no PRN há dezenas de anos para que o tal IC3 ou A13 como quiserem, fique completo… mas podia e devia ser como IC3 porque as portagens não fazem ali falta nenhuma….