Proposta de travessia sobre o rio Tejo apresentada na Assembleia Municipal da Chamusca. Foto: DR

O problema das acessibilidades na Chamusca foi o tema dominante da sessão da Assembleia Municipal do dia 22, realizada no cineteatro da vila. A proposta que suscitou mais polémica partiu do deputado Eduardo Amaral Netto, do Chega, que, com recurso a imagens projetadas no ecrã, propôs a construção de uma nova ponte sobre o rio Tejo, a montante da atual, que ligaria o Dique dos Vinte à outra margem passando pelos terrenos de uma unidade industrial desativada de extração de areia.

Para o eleito, “importa urgentemente encontrar soluções que melhorem ou mesmo solucionem o problema identificado, reconhecido por todos, e que seja adequadas e mantenha relevância, mesmo que venha a ser concluído o IC3 e posterior ligação a norte do Tejo”.

Segundo a explicação apresentada, o troço proposto seria constituído em três parcelas: a primeira, o novo pavimento rodoviário com início no cruzamento das Areolas a norte, aproveitando o caminho já existente até ao leito do rio, que separa propriedades agrícolas sem as invadir (cerca de 400 metros), a segunda parcela, o tabuleiro sobre o Rio Tejo até à estação de extração de areias desativada na margem norte (cerca de 600 metros), e a terceira parcela (cerca de 300 metros), a ligação ao Dique dos Vinte, atual estrada para a Golegã.

Eduardo Amaral Netto apontou como orçamento um valor na ordem dos 25 milhões de euros. Sublinhou o “elevadíssimo custo” do prolongamento da IC3, “e consequentemente a construção da via exterior à Vila da Chamusca, com a construção da nova Ponte da Chamusca, e posterior ligação à rede viária entre a Golegã e o Entroncamento”, que, considera não ser previsível nos próximos anos.

O eleito do Chega afirmou que este projeto “há mais de 25 anos vem sendo adiado por razões orçamentais”, e foi “mais uma vez rejeitado no atual Orçamento de Estado, e previsivelmente nos próximos, por não inclusão no Plano de Resolução e Resiliência até 2026”.

A proposta do Chega foi chumbada com os votos contra das bancadas do PS e CDU. A bancada do CDS-PSD dividiu-se entre a abstenção (3) e um voto a favor, a que se juntou o voto favorável do proponente.

O PS, através do líder da bancada Rui Tanoeiro, considera a ideia da nova ponte “completamente utópica, que não se coaduna com a visão do PS”, críticas reforçadas por Bruno Oliveira (PS), Presidente da Junta de Parreira e Chouto.

Paulo Leitão (CDS-PSD) afirmou tratar-se apenas de “mais um estudo”, que, na sua opinião “não faz sentido” e “não passa de uma divagação cósmica”, questionando onde se iria buscar os 25 milhões de euros necessários à obra.

Da parte da CDU, Conceição Gaudêncio defendeu os projetos já existentes e lembrou uma resolução da Assembleia da República aprovada por unanimidade em defesa da continuação do IC3, criticando a “falta de vontade política por parte do governo central”.

Sessão da Assembleia Municipal da Chamusca. Foto: DR

Ganhou o “bichinho” do jornalismo quando, no início dos anos 80, começou a trabalhar como compositor numa tipografia em Tomar. Caractere a caractere, manualmente ou na velha Linotype, alinhavava palavras que davam corpo a jornais e livros. Desde então e em vários projetos esteve sempre ligado ao jornalismo, paixão que lhe corre nas veias.

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