Crónica de gastronomia de Armando Fernandes. Foto arquivo: DR

Um pouco dentro do modelo do Guia Michelin, o guia Boa Cama Boa Mesa da Impresa enumera as melhores casas para comer e, salvo duas ou três distrações, concordo com a seriação. Concordo e lastimo a redução de restaurantes assinalados no território de influência do jornal do Médio Tejo.

Assim, em Abrantes, só está referido o Chefe Vítor, agora em novas e modelares instalações, o Almourol perto da Barquinha, o Flor de Sal no Entroncamento, o clássico Chico Elias e a Lúria em Tomar, e o Papa-Figos em Torres Novas, e, um pouco desviados, um restaurante nos arredores de Ourém e dois no berço do turismo religioso, entenda-se, Fátima.

O que aconteceu para só serem dignos de registo os restaurantes acima assinalados? O Guia não mudou de critérios, os restaurantes excluídos é que continuaram no mesmo ram-ram ronceiro da não renovação da carta de comeres, do comodismo do serviço, do descuido no apuro das práticas culinárias, tudo isso, ou apenas uma das causas aqui trazidas à colação?

Como sabemos a gastronomia é base essencial para o desenvolvimento turístico das regiões, sendo assim, e é, os empresários e chefes ganhariam se meditassem acerca do aviso contido no Boa Mesa. A concorrência é tremenda, inclemente e astuta. Acreditem!

Armando Fernandes

Armando Fernandes é um gastrónomo dedicado, estudioso das raízes culturais do que chega à nossa mesa. Já publicou vários livros sobre o tema e o seu "À Mesa em Mação", editado em 2014, ganhou o Prémio Internacional de Literatura Gastronómica ("Prix de la Littérature Gastronomique"), atribuído em Paris.
Escreve no mediotejo.net aos domingos

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