Ele avança inexorável, o Mundo de todos os mundos prepara-se para o receber, os possidentes mandam engomar as fatiotas, reservar comidas e bebidas dignas dos sibaritas esquisitos, de uma forma ou outra aguarda-se a entrada com o pé direito (dizem que dá sorte) no referido Ano Novo.
Manda a prudência não tecer loas, hossanas e cânticos ao neófito pois os tempos não estão fáceis para a esmagadora maioria das populações, porque alguns filhos da pauta (muitas saudades do programa) tudo dizem e fazem para nos preocuparmos com o nosso dia-a-dia e os anos que hão-de dar vida aos nossos descendentes.
O quase recém-chegado Ano Novo se conseguir apaziguar os conflitos existentes já merecerá elogios, se reduzir a guerra na Ucrânia a efeméride do passado justifica amplamente o Prémio Nobel da Paz, guloseimas até à sua finitude, além de memoriais para todo o sempre. É pedir muito ao ora menino Ano Novo? Não, claro que não!
O tempo de optimismo que polvilhava os meus escritos esvaiu-se, por isso critico muito as palavras sumarentas de António Costa pois pingam grossas gotas de chuva no nabal e sol na eira ao mesmo tempo, esquecendo os milhões de pobres, os que são compelidos a emigrarem em busca de melhores condições de vida, das chagas purulentas do SNS, de estarmos nos últimos lugares no ranking de riqueza e desenvolvimento da Comunidade Europeia.
Não adianta fecharmos os olhos para nos defendermos da poeira que os governantes sopram, qual areia dourada vinda do deserto fruto do petróleo e gás natural que negociamos enquanto não chega o elixir do secretário de Estado de apelido Galamba.
Em face do acima exposto, muitas reticências ao noviço esperando sucessos na sua vida de 12 meses.
Feliz Ano Novo, como escreveu o genial Rubem Fonseca!