Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes. Foto: mediotejo.net

Instalado no agora requalificado Convento de S. Domingos, o Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA) revela a todos os visitantes a Coleção Municipal de Arqueologia e Arte, a coleção privada João Estrada e a coleção da pintora Maria Lucília Moita, no âmbito das mostras permanentes. É pela mão do historiador Fernando António Baptista Pereira que somos levados a conhecer um pouco melhor este novo museu abrantino e alguns dos tesouros que lá podemos encontrar, a par das exposições temporárias.

YouTube video

Tendo aberto as suas portas ao público no dia 8 de dezembro, o MIAA é composto por sete salas dedicadas ao espólio das coleções permanentes, divididas pela Pré-História, Idades do Bronze/Ferro, Antiguidade e Tesouro, Arte da Idade Média e da Idade Moderna, Escultura da Idade Média e do Renascimento em Abrantes. Existe ainda um espaço dedicado à coleção da pintora e poeta Maria Lucília Moita e uma ala para exposições temporárias. 

É percorrendo estas salas que Fernando António Baptista Pereira, responsável pela museologia e história da arte do museu, nos dá algumas explicações e revela detalhes curiosos sobre as peças de escultura, pintura e artefactos arqueológicos que compõem estas coleções, e que nos conduzem numa viagem no tempo, descobrindo diferentes culturas e civilizações.

Museu Ibérico de Arte e Arqueologia de Abrantes (MIAA). Foto: mediotejo.net

Uma das alas do MIAA é formada por artefactos arqueológicos pré e proto-históricos em pedra, cerâmica, bronze e outros materiais que representam a vida económica e social de várias culturas e povos que viveram no território da então Lusitânia, numa mostra selecionada de uma coleção com um total global cerca de cinco mil peças. 

Muitos dos objetos do período romano expostos no MIAA foram encontrados na zona de Abrantes. Créditos: mediotejo.net

Já na sala Maria Lucília Moita é possível conhecer o percurso desta artista natural de Alcanena que desenvolveu o seu trabalho em Abrantes ao longo de 60 anos, depois de casar. Entre a pintura e a poesia, Maria Lucília Moita deixou um vasto legado de obras de paisagismo, natureza-morta, desenho a carvão, retratos ou abstracionismo orgânico, que agora pode ser conhecido por todos os que visitarem o MIAA.

Obras da coleção Maria Lucília Moita. Foto: mediotejo.net

Por ora estão também presentes as coleções “Memórias Futuras”, da Coleção de Arte Contemporânea do Estado, com um conjunto de obras de vários artistas que “viaja” entre o passado e o futuro, e a coleção “Objetos Específicos”, da Coleção de Arte Contemporânea Figueiredo Ribeiro, também de vários artistas, que procura a especificidade de diversos objetos selecionados. 

O novo museu dispõe ainda de uma sala de serviços educativos, um espaço interior central e ajardinado no claustro, uma zona (circundante a esse mesmo claustro) com elementos gráficos da história do Convento e de Abrantes, cafetaria e loja.

Para esta empreitada de 6,3 milhões de euros, a Câmara Municipal de Abrantes, que suportou cerca de metade deste investimento, contou com um apoio do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), na obra de requalificação do convento.

O MIAA pode ser visitado de terça-feira a domingo, entre as 10h e as 12h30 e as 14h e as 17h30, encontrando-se encerrado às segundas-feiras e feriados. Até ao final do mês de março as entradas são gratuitas.

Rafael Ascensão

Licenciado em Ciências da Comunicação e mestre em Jornalismo. Natural de Praia do Ribatejo, Vila Nova da Barquinha, mas com raízes e ligações beirãs, adora a escrita e o jornalismo.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *