Instalado no agora requalificado Convento de S. Domingos, o Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA) revela a todos os visitantes a Coleção Municipal de Arqueologia e Arte, a coleção privada João Estrada e a coleção da pintora Maria Lucília Moita, no âmbito das mostras permanentes. É pela mão do historiador Fernando António Baptista Pereira que somos levados a conhecer um pouco melhor este novo museu abrantino e alguns dos tesouros que lá podemos encontrar, a par das exposições temporárias.
Tendo aberto as suas portas ao público no dia 8 de dezembro, o MIAA é composto por sete salas dedicadas ao espólio das coleções permanentes, divididas pela Pré-História, Idades do Bronze/Ferro, Antiguidade e Tesouro, Arte da Idade Média e da Idade Moderna, Escultura da Idade Média e do Renascimento em Abrantes. Existe ainda um espaço dedicado à coleção da pintora e poeta Maria Lucília Moita e uma ala para exposições temporárias.



É percorrendo estas salas que Fernando António Baptista Pereira, responsável pela museologia e história da arte do museu, nos dá algumas explicações e revela detalhes curiosos sobre as peças de escultura, pintura e artefactos arqueológicos que compõem estas coleções, e que nos conduzem numa viagem no tempo, descobrindo diferentes culturas e civilizações.
Uma das alas do MIAA é formada por artefactos arqueológicos pré e proto-históricos em pedra, cerâmica, bronze e outros materiais que representam a vida económica e social de várias culturas e povos que viveram no território da então Lusitânia, numa mostra selecionada de uma coleção com um total global cerca de cinco mil peças.

Já na sala Maria Lucília Moita é possível conhecer o percurso desta artista natural de Alcanena que desenvolveu o seu trabalho em Abrantes ao longo de 60 anos, depois de casar. Entre a pintura e a poesia, Maria Lucília Moita deixou um vasto legado de obras de paisagismo, natureza-morta, desenho a carvão, retratos ou abstracionismo orgânico, que agora pode ser conhecido por todos os que visitarem o MIAA.
Por ora estão também presentes as coleções “Memórias Futuras”, da Coleção de Arte Contemporânea do Estado, com um conjunto de obras de vários artistas que “viaja” entre o passado e o futuro, e a coleção “Objetos Específicos”, da Coleção de Arte Contemporânea Figueiredo Ribeiro, também de vários artistas, que procura a especificidade de diversos objetos selecionados.






O novo museu dispõe ainda de uma sala de serviços educativos, um espaço interior central e ajardinado no claustro, uma zona (circundante a esse mesmo claustro) com elementos gráficos da história do Convento e de Abrantes, cafetaria e loja.
Para esta empreitada de 6,3 milhões de euros, a Câmara Municipal de Abrantes, que suportou cerca de metade deste investimento, contou com um apoio do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), na obra de requalificação do convento.
O MIAA pode ser visitado de terça-feira a domingo, entre as 10h e as 12h30 e as 14h e as 17h30, encontrando-se encerrado às segundas-feiras e feriados. Até ao final do mês de março as entradas são gratuitas.