As artes culinárias ligadas ao rio Tejo vão ser o tema do próximo trabalho literário e de investigação de Armando Fernandes.

Sem desvendar muito sobre o que será este novo projeto, Armando Fernandes falou com o mediotejo.net esta terça-feira, dia 15, à margem do lançamento do seu mais recente trabalho “Cozinha Económica em Portugal”, editado pelo Montepio Geral no âmbito dos seus 175 anos, onde estão retratados usos, costumes e tradições alimentares ao longo do tempo, desde o paleolítico, até às “Cozinhas Económicas”, abordando também a história da “Sopa dos Pobres” e o papel das ordens religiosas e das misericórdias neste tipo de alimentação.

Sobre o novo projeto das cozinhas do Tejo, Armando Fernandes explicou ao mediotejo.net que “a ideia é fazermos a reconversão das cozinhas do Tejo, defendermos o que representa o Tejo ao nível de artes culinárias porque além de fornecer peixe e plantas, o Tejo também dá água para regar, para fazer tudo aquilo que representa o cultivo da terra e só para se ter uma ideia, Abrantes nos séculos XVIII e XIX era conhecida pela sua extraordinária qualidade dos pêssegos, mas antes, nos séculos XV e XVI eram os melões, isto era uma terra fértil e que se está a perder”.

Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, que também esteve presente no lançamento da “Cozinha Económica em Portugal”, de Armando Fernandes, confirmou que “há esta intenção de trabalhar com Armando Fernandes no levantamento da nossa gastronomia e com isso possamos fazer um livro que ajude a criar a nossa identidade”.

Ainda sem avançar grandes pormenores, Maria do Céu Albuquerque garante apenas que este novo livro que irá surgir pelas mãos de Armando Fernandes “não será para lançar este ano porque há todo um trabalho de investigação que é necessário fazer e concluir“.

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Um dos próximos projetos de Armando Fernandes será a investigação e recolha de informação para o livro sobre as cozinhas do Tejo (Foto: mediotejo.net)

Recorde-se que Armando Fernandes é autor do livro “À mesa em Mação – Carta Gastronómica”, que foi galardoado com o Prémio Internacional de Literatura Gastronómica, em 2014.

Armando Fernandes trabalha em consultoria cultural e foi inspetor de bibliotecas da Fundação Calouste Gulbenkian. Gastrónomo dedicado, investiga a história da cultura e das culturas regionais, do municipalismo, da história dos produtos, da alimentação e da gastronomia.

Margarida Serôdio

Entrou no mundo do jornalismo há cerca de 13 anos pelo gosto de informar o público sobre o que acontece e dar a conhecer histórias e projetos interessantes. Acredita numa sociedade informada e com valores. Tem 35 anos, já plantou uma árvore e tem três filhos. Só lhe falta escrever um livro.

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2 Comentários

  1. Conheci Armando Fernandes no tempo do Kabras do Mariquito em Ortiga, e a região a ele deve a divulgação gastronômica a nível Nacional e internacional. Mas seu trabalho está a ser sabotado com toda a poluição do Tejo, aceite sem a menor ponta de vergonha e constrangimento por Autárquicas, instituições como o APA e os sucessivos governos. Armando Fernandes divulga o melhor que a região poderia oferecer, o poder local e as instituições do Estado andam a assassinar o Tejo e a obra do autor.

    1. Um abraço para si, amigo Giovanni. há quantos anos não nos encontramos. quando vier a Portugal avise. um abraço. Mário Rui

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