Diretamente da terra para a mesa dos consumidores. É este o lema do núcleo de produtores locais que faz parte do projeto PROVE – Promover e Vender, que há cinco ano leva até aos consumidores de Abrantes, Constância e Sardoal cabazes com produtos acabados de colher.
Leonilde Silva, de Abrantes, consome fielmente há cerca de cinco anos estes produtos hortofrutícolas saídos das hortas de produtores da região. É uma das consumidoras do projeto PROVE, que atualmente envolve cinco produtores locais, e que esteve presente nas atividades que assinalaram os cinco anos do projeto, nas Mouriscas. “É uma iniciativa interessante, gosto dos produtos, são bons e naturais e, no meu caso, tem um aspeto saudosista, porque me faz recuar alguns anos, à altura em que a minha avó, que vivia numa aldeia longe daqui, todos os meses mandava para casa dos meus pais um cabaz com o que tinha na horta”, refere Leonilde Silva.
Legumes, frutas e ervas aromáticas são os produtos que compõem os cabazes que todas as semanas abastecem cerca de 40 famílias que atualmente beneficiam deste projeto. A composição dos cabazes é definida pelos produtores em função dos produtos que estão disponíveis nas hortas e os consumidores têm liberdade de decidir se querem receber cabazes todas as semanas ou de 15 em 15 dias.
«Estamos a falar de produtos da época, temos um produtor biológico e certificado e os restantes produtores, não sendo certificados, procuram produzir com qualidade», refere Simão Pita, coordenador do 1º Núcleo PROVE, salientando que os produtos dos cabazes têm o grande benefício de serem colhidos no próprio dia em que são entregues aos consumidores. Para além disso, refere Simão Pita em declarações ao MédioTejo.net, «São produtos km zero, ou seja, não viajam muito até chegar à mesa do consumidor e que, por isso, em termos energéticos, são produtos mais ecológicos».
Atualmente são cinco os produtores que integram o 1º Núcleo PROVE: a Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes (EPDRA), nas Mouriscas; o Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA), em Alferrarede; a Horta da Aldeia, com uma exploração biológica certificada em Santa Margarida da Coutada, Constância; Simão Pita, em Mouriscas; e Pedro Marchante, produtor de Vale de Zebrinho, no concelho de Abrantes.
No caso dos dois primeiros produtores, a EPDRA e o CRIA, a participação no projeto PROVE serve para escoar os produtos que são produzidos nas herdades pelos alunos mas no caso dos três outros produtores, este projeto representa também um complemento às suas receitas mensais.
Simão Pita, que é também um dos produtores que abastece os cabazes, faz um balanço positivo desta iniciativa que partiu de um desafio da TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Rural do Ribatejo Interior: ´«é um projeto muito trabalhoso, mas que dá frutos e as pessoas que nos acompanham como consumidores estão satisfeitas e, por isso, é para continuar”, refere.
Devido à grande procura dos consumidores, a TAGUS criou um 2º Núcleo de produtores do PROVE em 2013 que, nestes últimos cinco anos, já faturaram 95 mil euros com a comercialização de 10 mil cabazes.
Aos consumidores são entregues dois tipos de cabazes: um com 4 a 5 kg, que custa 6 euros, e outro entre os 7 e os 9 kg, que custa 10 euros, e que procuram estar adequados aos diferentes tipos de famílias, mais numerosas ou mais pequenas, sendo que as frutas e legumes variam semanalmente e consoante a época do ano.
Incrições em www.prove.com.pt, por email para gdpe@epdra.pt ou encomendas.abrantes2@prove.com.pt, pelos telefones 939 375 525/963 917 021 ou presencialmente, durante a entrega dos cabazes, que decorrre às quintas e sextas-feiras à tarde, no Centro Comercial Millenium, em Abrantes.