Dos 541 alunos envolvidos, 86 pertencem à zona geográfica de Peniche /Vila Nova da Barquinha, onde foram realizadas 2 ações de formação de professores. Créditos: projeto bLueTIDE

O projeto de educação e comunicação de ciência bLueTIDE tinha como objetivo principal a promoção do conhecimento da zona rochosa entremarés. Nos últimos dois anos trabalhou com uma seleção de escolas distinguidas com o galardão Escola Azul, no litoral, a par de escolas sem galardão, localizadas a mais de 50 quilómetros da costa, envolvendo dois concelhos do Médio Tejo, nos conjuntos geográficos Figueira da Foz/Sardoal, Peniche/Vila Nova da Barquinha, Setúbal/Benavente e Sines/Évora.

A cerimónia de encerramento do projeto bLueTIDE teve lugar esta semana, na Praia de Paço de Arcos, em Oeiras. Além dos investigadores envolvidos no projeto, o encontro contou com a presença de Elisabete Brigadeiro e Ágata Midões, em representação da Câmara Municipal de Oeiras, e de Marisa Lameiras e Sandra Cruz, respetivamente Diretora-Geral e Subdiretora-geral da DGPM – Direção-Geral de Política do Mar.

“Trabalhar com crianças não é novidade para o MARE. Pela idade, pela curiosidade e pelo entusiasmo que demonstram em aprender coisas novas, são os melhores aliados que podemos encontrar. Com a implementação do bLueTIDE pretendíamos transformar as crianças e os docentes em agentes ativos na conservação dos sistemas naturais – saber mais sobre estes sistemas responsabiliza-os e motiva-os para a sua proteção”, explicou Zara Teixeira, investigadora do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente e coordenadora do projeto.

“O balanço destes dois anos é bastante positivo – percebemos que tanto os professores como os alunos valorizam o contacto com investigadores e que a disponibilização de informação científica numa linguagem adaptada e em formatos distintos dos que habitualmente se utilizam em sala de aula, é uma mais-valia para todos”, continuou.

Créditos: projeto bLueTIDE

Através do bLueTIDE, os alunos reforçaram a motivação e o interesse pela conservação ambiental e os professores ficaram mais confiantes na abordagem a tipo de temáticas. Para além das escolas envolvidas, o projeto bLueTIDE também trouxe múltiplas vantagens a outras comunidades por todo o país através da participação em eventos de referência como o Ciência Viva no Verão, a Noite Europeia dos Investigadores, o CoastWatch ou o European Maritime Day in My Country.

Para os promotores o programa “ultrapassou as expectativas”. Nos últimos dois anos, envolveu 1500 pessoas, incluindo mais de 500 crianças provenientes de 12 escolas sediadas em quatro localizações distintas. Trabalhou com 27 turmas e organizou 11 ações de formação em que participaram 140 professores.

Livro e manual de formação perpetuam projeto no tempo

O conhecimento das espécies e da respetiva dinâmica responsabiliza-nos enquanto comunidade e permitem-nos tomar decisões ponderadas. Informação é poder e, por isso, os cientistas do MARE procuraram que este projeto não se esgotasse em si mesmo.

“A pensar na perpetuação do conhecimento e na renovação dos agentes ativos, desenvolvemos duas ferramentas úteis que poderão continuar a acompanhar todos os que participaram nas nossas ações, a par de tantos outros que se possam interessar pela causa. Ainda este verão, vamos publicar um manual de formação para professores e um livro de curiosidades para toda a comunidade. Muito em breve, vão estar ambos disponíveis online e poderão ser descarregados e usados livremente por todos os que procuram ensinar ou ficar a saber mais sobre estes temas”, concluiu Zara Teixeira.

Sobre o bLueTIDE
O projeto teve financiamento das EEAGRants, no âmbito da cal “Apoio às iniciativas para a Educação – Literacia do Oceano SGS#3”. Teve um apoio financeiro de 25.000€ e contou com a DGPM – Direção-Geral de Política do Mar como operadora. Incluiu 26 investigadores membros de equipa, pertencentes a quatro Unidades Regionais do MARE, nomeadamente da Universidade de Coimbra (5 investigadores), Politécnico de Leiria (4 investigadores), Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (5 investigadores) e Universidade de Évora (12 investigadores). A estes investigadores juntaram-se, pontualmente, alguns alunos de doutoramento uma equipa de dois técnicos que apoiam o Promotor, a Incubadora do Mar & Indústria, na gestão técnica. A gestão da componente física e científica ficou a cargo da Universidade de Coimbra.

Sobre o MARE
O MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente – é um centro de investigação científica, desenvolvimento tecnológico e inovação com competências para o estudo de todos os ecossistemas aquáticos, na vertente continental e no mar. Promove o uso sustentável de recursos e a literacia do oceano disseminando o conhecimento científico e apoiando políticas de desenvolvimento sustentável. Criado em 2015, integra 7 Unidades Regionais de Investigação associadas às seguintes instituições: Universidade de Coimbra (MARE-UCoimbra), Politécnico de Leiria (MARE-Politécnico de Leiria), Universidade de Lisboa (MARE-ULisboa), Universidade Nova de Lisboa (MARE-NOVA), ISPA – Instituto Universitário (MARE-ISPA), Universidade de Évora (MARE-UÉvora) e ARDITI (MARE-Madeira).

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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