Carlos Matos Gomes foi uma das personalidades distinguidas. Foto: mediotejo.net

Foi em dia de feriado municipal, a 13 de junho, e enquadrado na Feira do Tejo, que o município de Vila Nova da Barquinha condecorou diversas personalidades e entidades do concelho que se distinguiram em áreas diversificadas como a saúde, a economia, a música, a fotografia ou o desporto. Numa cerimónia apelidada pelos presentes de “singela mas bonita”, foram atribuídas 16 medalhas de mérito e 10 de bons serviços.

A entrega das condecorações – “sem qualquer dúvida, um momento único e relevante no feriado municipal de Vila Nova da Barquinha” –e que decorreu num repleto auditório do Centro Cultural, teve como objetivo reconhecer “o trabalho, o sentido de missão, a abnegação, o denodo e a dedicação a este concelho”, disse Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal.

Entre os homenageados pelo município encontraram-se Carlos Matos Gomes, Jorge Tormenta, Vitória Patinha, Arlindo Homem, Rui Almeida, Francisco Fanhais, Joaquim Matos Vieira (a título póstumo), e as entidades Unidade de Saúde Familiar USF – Vila Nova da Barquinha, Regimento de Engenharia n.º 1, Agrupamento Escuteiros da Barquinha 583, Espaço Mecânico, Gonfersol, Construções Carlos Barros e Intermarché da Barquinha.

O município atribuiu ainda a Medalha municipal de Bons Serviços (30 anos) aos trabalhadores que atingiram 30 anos de serviço e que se distinguiram “exemplar e notoriamente no cumprimento dos seus deveres”, sendo agraciados: António Costa dos Santos, Amândio Marques Lourenço Martins, Cecília Maria Ribeiro Martins Prates, César Luís Soares de Oliveira, João Paulo Gargana Brás, João José Seabra de Oliveira Santana, Maria José de Oliveira Martins, Maria de Lurdes da Silva Aleixo, Maria Fernanda Ramos Lima Ferreira e Paula Maria Macedo Canhoto Silva Fragueiro.

Ao mediotejo.net, no final da sessão, Fernando Freire disse considerar que esta foi uma cerimónia “digna” e “de muito sentimento”, onde o objetivo foi “honrar aqueles que de facto trabalham, que constroem a própria Câmara Municipal, são os próprios trabalhadores, e por outro lado também, valorizar quem desenvolve a sua atividade em termos sociais como são as coletividades, que foram aqui premiadas, e também as instituições, as empresas que criam riqueza”.

“Foi uma cerimónia singela, e que no fundo visa reconhecer todos aqueles que fazem bem e bem por Vila Nova da Barquinha”, disse.

Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha.

Jorge Tormenta, figura incontornável do andebol nacional, para quem a cerimónia foi “muito singela, simples, mas muito bonita”, diz-se orgulhoso pela condecoração e de ser, de certo modo, um “embaixador da Barquinha, porque faço questão de propagandear tudo o que aqui se passa e das coisas muito boas que aqui têm acontecido”, afirmou, desejando ainda que a Barquinha venha a ter maiores sucessos no desporto, nomeadamente na natação e na canoagem.

Jorge Tormenta.
O auditório do Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha encheu-se para a cerimónia. Foto: mediotejo.net

Carlos Matos Gomes, também conhecido pelo seu pseudónimo literário Carlos Vale Ferraz, disse ao nosso jornal que sentiu esta homenagem lembrando-se dos seus pais pais, principalmente da mãe, que lhe ensinou que “nós somos de onde nascemos”, pelo que tendo nascido em Vila Nova da Barquinha, “há qualquer coisa que não sei explicar, que quando chego aqui eu tenho vontade de dizer a toda a gente que eu sou daqui, digamos, um direito de propriedade e de proprietário”.

Carlos Matos Gomes.

“Aquilo que desejo sempre é que esta minha terra seja dignificada em todo o lado, que apareça sempre por bons motivos, por ser uma terra de gente boa, de gente séria, por ser uma terra bem tratada, por ser uma terra acolhedora, e daí também a minha emoção e o meu agradecimento a todas as autoridades aqui da Barquinha por esta generosidade que tiveram para comigo”, afirmou o militar (reformado) e escritor que se fez acompanhar dos netos para estes “saberem que devemos prestar homenagem às terras onde nascemos e fazer o melhor de nós para que essas terras e essas pessoas nos reconheçam”.

Entre os homenageados encontrava-se Francisco Fanhais, natural de Praia do Ribatejo, reconhecido antifascista, que se destacou através da música portuguesa de intervenção. Fotografia: mediotejo.net

“Inesperado”, foi como Francisco Fanhais viu ser reconhecido o seu percurso, até tendo em conta que saiu da Praia do Ribatejo aos 9 anos: “não pensei que alguém na Praia do Ribatejo e em Vila Nova da Barquinha tivesse a ideia de me destacar do ponto de vista cultural, pelo tenho uma gratidão muito grande e que só reforça a minha ligação a esta zona de que gosto muito”, disse, acrescentando que sente que esta condecoração é também uma “responsabilidade”, uma vez que agora se sente na “obrigação” de “reforçar” os laços que o unem ao concelho barquinhense, algo que fará “na medida do possível, com todo o gosto”.

Francisco Fanhais.

“Foi uma cerimónia fantástica, penso que é o corolário do meu trabalho e do das pessoas que foram homenageadas”, disse Arlindo Homem, fotógrafo nascido em Limeiras, Praia do Ribatejo, que já leva 30 anos dedicados à fotografia, e que quis dedicar a condecoração à comunicação social:

“Penso que também é um prémio para a comunicação social, nós passamos muitas vezes grandes dificuldades, e eu quero dedicar este título também aos jornalistas, aos fotógrafos e na nossa região existem excelentes fotógrafos”, disse Arlindo Homem, que acrescentou ainda que “muitas vezes paramos, caminhamos, às vezes caímos, e é um estímulo para que no futuro a nossa classe de jornalistas, possa cada vez ter mais visibilidade”.

Arlindo Homem.

Afirmando que “é uma honra partilhar este momento único com a comunidade do nosso concelho”, Fernando Freire fez um breve discurso antes da entrega das medalhas, onde enalteceu alguns dos passos dados pelo concelho.

“Procuramos governar abertamente, com transparência e com a participação de todos. Aqui, todos contam, as pessoas, as organizações, as empresas e as instituições”, assegurou Fernando Freire, referindo o apoio e as medidas levadas a cabo pela autarquia para a atração ao investimento e apoio aos empresário que conduziu a um alargamento da zona industrial “só possível com a excedida colaboração da engenharia militar, e desde já o nosso reconhecido agradecimento público novamente”, disse, afirmando ainda que em breve será necessária uma nova expansão.

Fernando Freire fez um breve discurso antes da entrega das condecorações. Foto: mediotejo.net

Fernando Freire referiu-se ainda aos militares como uma “peça-chave” para o desenvolvimento do território, sendo que “com eles estamos a trabalhar no aproveitamento do aeródromo de Tancos”, enaltecendo depois a aposta do município na regeneração urbana e no turismo (lembrando as recentes aberturas do Centro de Interpretação Templário do Almourol e do Trilho Panorâmico do Tejo), bem como a requalificação do património edificado realizada nas igrejas da Moita do Norte, de Atalaia e, “em breve, muito em breve”, na de Tancos.

Discurso de Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha.

No seu discurso, o presidente da Câmara Municipal disse ainda que se pretende reforçar a mobilidade urbana com a criação de uma ciclovia entre Vila Nova da Barquinha e o Entroncamento, e que se procura reforçar a coesão social e territorial, pelo que irá abrir o lar residencial e Residência Autónoma de apoio a 17 utentes com deficiência, na Moita do Norte, bem como está já aprovado o financiamento do Lar e Centro de Dia de Madeiras, localidade da freguesia de Praia do Ribatejo.

Antes de enaltecer o papel das associações e instituições do concelho, o líder da autarquia passou ainda pelo setor da educação “uma aposta clara e ganha deste município na educação e nos homens de amanhã”, tendo também em conta que o agrupamento do concelho tem 1010 alunos matriculados “número que representa uma subida face ao ano anterior e que se aproxima da capacidade máxima das nossas escolas”.

Luísa Amaro encerrou a sessão com um momento musical. Foto: mediotejo.net

O encerramento da sessão ficou a cargo de Luísa Amaro que fez um breve apontamento musical, lembrando Carlos Paredes.

Licenciado em Ciências da Comunicação e mestre em Jornalismo. Natural de Praia do Ribatejo, Vila Nova da Barquinha, mas com raízes e ligações beirãs, adora a escrita e o jornalismo.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *