Alexandra Carvalho, do Gabinete Florestal da Câmara de Vila Nova da Barquinha, e André Nunes, engenheiro florestal da empresa Gestiverde (Foto: mediotejo.net)

Está bem encaminhado o processo de criação da Zona de Intervenção Florestal (ZIF) “Dois Rios” que vai abranger quatro freguesias do concelho de Vila Nova da Barquinha (Praia do Ribatejo, Tancos, Vila Nova da Barquinha e Atalaia) e duas freguesias do concelho de Constância (Montalvo e Constância), numa área total aproximada de 6.800 hectares, dos quais 4.200 ha florestais.

No dia 27 de junho realizou-se na sede da Junta de Freguesia de Tancos a segunda de três sessões de esclarecimento para gestores e proprietários detentores de espaços florestais. A primeira decorreu no 22 de junho na sede da Junta de Freguesia da Atalaia e a última está agendada para dia 3 de julho na sede da Junta de Freguesia de Vila Nova da Barquinha. Para a 2ª quinzena de julho estão previstas sessões semelhantes no Município de Constância.

Na sessão de Tancos, marcaram presença o presidente da Câmara e o presidente da Junta, entre outros autarcas, além de alguns proprietários.

Para esclarecer o processo de criação e funcionamento de uma ZIF intervieram Alexandra Carvalho, do Gabinete Florestal da Câmara de Vila Nova da Barquinha, e André Nunes, engenheiro florestal da empresa Gestiverde.

Para que a ZIF “Dois Rios” avance é necessário reunir, no mínimo, 25 proprietários. Outra condição é que pelo menos metade da área abrangida seja propriedade dos aderentes. No caso desta ZIF, uma vez que o Exército e as empresas Navigator e Altri são os principais proprietários, facilmente se consegue alcançar a área mínima.

Atualmente já há dezena e meia de proprietários aderentes, mas André Nunes acredita que será fácil conseguir atingir o número mínimo, 25.

O engenheiro florestal da empresa Gestiverde é o principal dinamizador da Zona de Intervenção Florestal de Aldeia do Mato, no concelho de Abrantes, apontada como um caso de sucesso e que se pretende replicar na Barquinha e em Constância.

A criação da ZIF “Dois Rios” começou em 2015 mas sofreu um contratempo a nível da legislação que bloqueou o processo, sendo retomado este ano.

André Nunes explicou aos autarcas e proprietários o que é uma ZIF, como funciona e quais as vantagens pela sua constituição.

ZIF é uma organização informal, ou seja, não necessita de se constituir como associação ou cooperativa, que reúne proprietários florestais para realizar a gestão florestal da sua região, com benefícios económicos, permitindo ultrapassar os condicionalismos das propriedades de pequena dimensão. Uma das vantagens é a rentabilização de recursos numa lógica de economia de escala e de gestão comunitária.

Uma entidade gestora, neste caso será a Gestiverde, procura ajudar os proprietários na gestão dos terrenos florestais e, nalgumas situações, em terrenos agrícolas, com o objetivo de diminuir o risco de incêndio florestal e a criação de riqueza para os proprietários.

O técnico florestal destaca outra vantagem que é a possibilidade de captar financiamentos através dos fundos europeus, na ordem dos 75 por cento de comparticipação. Além disso, os proprietários beneficiam de isenção de IMI.

Depois de criado um núcleo fundador da ZIF, os proprietários aderentes aprovam um regulamento interno e decidem se querem que exista ou não o pagamento de joias de inscrição e quotas. A partir daqui reúnem em assembleia geral duas vezes por ano.

José Gaio

Ganhou o “bichinho” do jornalismo quando, no início dos anos 80, começou a trabalhar como compositor numa tipografia em Tomar. Caractere a caractere, manualmente ou na velha Linotype, alinhavava palavras que davam corpo a jornais e livros. Desde então e em vários projetos esteve sempre ligado ao jornalismo, paixão que lhe corre nas veias.

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