Foto: mediotejo.net

A Brigada de Reação Rápida aliou a comemoração do seu 11º aniversário ao feriado do 5 de Outubro e promoveu duas iniciativas durante a tarde com o objetivo de aproximar a instituição militar e a comunidade civil. O parque ribeirinho de Vila Nova da Barquinha foi o local escolhido para uma exposição estática, de onde partiram transportes gratuitos de hora a hora para o Polígono Militar de Tancos, onde esta unidade militar do Exército se encontra sediada. Entre os muitos visitantes estavam Fernando Freire, presidente da autarquia barquinhense, e José Luís Ramos, presidente da Junta de Freguesia de Bugalhos (Alcanena).

Os visitantes do parque ribeirinho de Vila Nova da Barquinha que quiseram aproveitar o sol do feriado do 5 de Outubro puderam conhecer mais de perto as Tropas Paraquedistas e mais especificamente a Brigada de Reação Rápida que decidiu assinalar o seu 11º aniversário com duas iniciativas. A primeira foi a exposição estática que esteve no parque ribeirinho entre as 14h00 e as 18h30 e prendeu a curiosidade dos transeuntes. No local falámos com o aspirante paraquedista Nuno Quitério, para quem a mostra foi organizada pelo Regimento de Paraquedistas com o objetivo de “incentivar os mais jovens a ingressar nas Forças Armadas, nomeadamente no Exército”.

Exposição estática no parque ribeirinho de Vila Nova da Barquinha. Fotos: mediotejo.net
Exposição estática no parque ribeirinho de Vila Nova da Barquinha. Fotos: mediotejo.net

Os artigos expostos na iniciativa integrada no Dia da Brigada de Reação Rápida incluíam armamento e material das companhias ligadas às Forças Parquedistas (Companhia de Abastecimento Aéreo, Companhia de Equipamento Aéreo e Companhia de Precursores Aeroterrestres). Entre os mais curiosos encontravam-se antigos militares e jovens, sobretudo focados no armamento antigo e recente. Os primeiros para recordar e os segundos para conhecer as armas semelhantes às utilizadas nos jogos de computador, que disseram ser “muito pesadas”.

A chegada dos visitantes ao Polígono Militar de Tancos, incluindo Fernando Freire e José Luís Ramos. Fotos: mediotejo.net
A chegada dos visitantes ao Polígono Militar de Tancos, incluindo Fernando Freire e José Luís Ramos. Fotos: mediotejo.net

As iniciativas não se ficaram pela exposição estática e todos os civis foram convidados para um Open Day no Polígono Militar de Tancos, onde puderam conhecer o Museu das Tropas Paraquedistas, inaugurado a 23 de maio de 1990, no Dia da Unidade. Os interessados encheram os lugares do autocarro do município que foi partindo de hora a hora do parque ribeirinho, entre as 14h30 e as 18h30, e na chegada a Tancos eram recebidos pelo aspirante paraquedista João Inácio, responsável pelas visitas guiadas, com quem falámos.

Museu Militar - Sala do Tempo Presente. Fotos: mediotejo.net
Museu – Sala do Tempo Presente. Fotos: mediotejo.net

Nas suas palavras, o Open Day permite “estreitar a relação entre os militares e a população civil”, dando a conhecer “a História das Tropas Paraquedistas” e a “vida do meio militar, o que é ser militar e o exército português”. A participação elevada, cada transporte levava cerca de trinta pessoas, foi recebida como “um bom feedback” e interesse da população civil em “conhecer os feitos das Tropas Paraquedistas e aqueles que deram tudo ao serviço da Pátria, em alguns casos a própria vida”, enaltecidos pelo espólio do museu.

A aguardar o início da visita, entre os muitos visitantes do concelho, esteve Fernando Freire, atual presidente da autarquia barquinhense e ex-militar em situação de reforma, que conhece bem o interior dos muros do quartel. A relação de 60 anos entre esta instituição militar, a comunidade civil e o município foi caraterizada como “uma simbiose perfeita” com “repercussões no próprio tecido económico e social, nas pessoas e nas vivências”.

Museu - Sala da Memória. Fotos: mediotejo.net
Museu – Sala da Memória. Fotos: mediotejo.net

A representação internacional destas forças, desde as províncias ultramarinas às atuais missões de paz no âmbito da ONU em Timor, Iraque e Bósnia, foram igualmente destacadas pelo presidente da autarquia. Ações que levam portugueses além-fronteiras num contexto que também gera deslocações no sentido contrário e trazem ao país e ao concelho o turismo militar, nomeadamente a parte lúdica com os saltos de paraquedas (tandem) promovidos pela associação Pára-Clube Os Boinas Verdes e a parte pedagógica com as visitas das escolas.

Seguimos para o interior do museu poucos minutos depois e ficámos a conhecer a Sala do Tempo Presente, com artigos relacionados com atividades recentes e equipamento atual. O espaço seguinte foi a Sala da Memória, que o aspirante paraquedista João Inácio referiu como “a principal razão da criação do museu” e onde é possível encontrar nomes e fotos dos combatentes que entregaram a vida à causa militar. No hall que dá acesso a esta sala é possível encontrar versos de Luís de Camões e a imagem de São Miguel, junto dos quais será inaugurado na tarde desta quinta-feira, às 16h30, um monumento em homenagem a todos que faleceram na Bósnia com a presença dos presidentes das autarquias de Vila Nova da Barquinha e de Doboj.

Museu - Sala do Tempo Passado. Fotos: mediotejo.net
Museu – Sala do Tempo Passado. Fotos: mediotejo.net

A visita terminou na Sala do Tempo Passado, junto de artigos relacionados com as Unidades Paraquedistas extintas e a Guerra Ultramarina. Se Fernando Freire conhecia bem alguns artigos, o mesmo não se passava com um dos seus acompanhantes, José Luís Ramos, para quem a visita a esta Unidade foi uma estreia. O presidente da Junta de Freguesia de Bugalhos (Alcanena) seguiu para Vila Nova da Barquinha depois das comemorações do 5 de Outubro no seu concelho e no final da visita descreveu-nos a experiência como “uma novidade e um conhecimento que tem sempre aquela beleza de virmos conhecer tudo isto que é o nosso património e é muito importante”.

O regresso ao parque ribeirinho no transporte gratuito não encerrou as comemorações do Dia da Unidade que, além da inauguração do monumento, inclui no programa uma Cerimónia Oficial no Regimento de Paraquedistas na manhã de sexta-feira, dia 7 de outubro.

Sónia Leitão

Nasceu em Vila Nova da Barquinha, fez os primeiros trabalhos jornalísticos antes de poder votar e nunca perdeu o gosto de escrever sobre a atualidade. Regressou ao Médio Tejo após uma década de vida em Lisboa. Gosta de ler, de conversas estimulantes (daquelas que duram noite dentro), de saborear paisagens e silêncios e do sorriso da filha quando acorda. Não gosta de palavras ocas, saltos altos e atestados de burrice.

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