“Temos um médico a tempo inteiro”, ou seja, a diretora do Centro de Saúde de Vila de Rei, começou por dizer Ricardo Aires (PSD) aos jornalistas, à margem da reunião de executivo municipal de 7 de julho. Os vilarregenses contam ainda com outro médico que já esteve a tempo inteiro mas “está neste momento a fazer algumas horas”, segundo ao autarca. “Seguidamente temos uma médica a fazer dois dias por semana, mas não pode fazer medicina materno-infantil”, por isso há outro médico à sexta-feira, “que vem colmatar essa lacuna em medicina materno-infantil”, explicou.
“A solução não é a melhor mas estamos melhores do que estávamos há dois meses”, admite. Contudo, para Ricardo Aires a solução existente não passa de “remendos”, esperando por isso “melhores resultados”. Critica a “falta de planeamento” governamental, recordando que o Partido Socialista governa há 8 anos.
Segundo o autarca, atualmente mais de mil utentes do concelho de Vila de Rei continuam sem médico de família, sublinhando tratar-se de “uma população envelhecida”.
O Médio Tejo vai ter uma Unidade Local de Saúde (ULS) a partir de janeiro de 2024 e Vila de Rei já recebeu a garantia do Ministério da Saúde que será ali integrado. A Unidade resultará da extinção do ACES e do CHMT, para deixar a cargo de uma única organização a gestão dos cuidados de saúde primários e os cuidados de saúde hospitalares na região, anunciou em abril a Direção Executiva do SNS.
Quando tal acontecer, diz Ricardo Aires, “espero que a solução seja melhor, em que haja mais proximidade. Espero até lá que o governo de Portugal faça uma reforma estrutural séria que neste momento não está a conseguir”, frisou.
Ricardo Aires voltou a referir que, apesar do concelho integrar agora a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa e pertencer ao distrito de Castelo Branco, Vila de Rei está a 90 km de Castelo Branco enquanto está a cerca de 25 km de Abrantes e a 34 km de Tomar.
A criação da Unidade Local de Saúde do Médio Tejo vai obrigar à nomeação de um Conselho de Administração, com os atuais responsáveis do CHMT, Casimiro Ramos, e do ACES Médio Tejo, Diana Leiria, a cessarem funções por força da extinção daquele modelo organizacional, mas a poderem ser reconduzidos pela Direção Executivo do SNS para a nova ULS.