O presidente da Câmara Municipal de Vila de rei, Ricardo Aires. Créditos: mediotejo.net

O presidente da Câmara Municipal conhece situação de atrasos e falhas na distribuição de correio em Vila de Rei. Aliás, a situação não é nova e tende a arrastar-se, apesar de o Município e a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo “terem enviado cartas aos CTT há meses”, uma vez que outros concelhos da região acusam o mesmo problema.

Em resposta, a empresa responsável pelo serviço postal universal garante “pôr mais pessoas a ver se conseguem colmatar” as falhas na distribuição, ao mesmo tempo que justifica as falhas com a falta de trabalhadores, explica Ricardo Aires ao nosso jornal.

A população não nota melhorias e, por isso, em Vila de Rei circula um abaixo-assinado. A iniciativa partiu de António Catarino, antigo presidente da Junta de Freguesia de Vila de Rei durante duas décadas, que aos 82 anos anda pelo concelho a recolher assinaturas, indignado com a “falta da eficácia dos CTT na entrega de correspondência”. Neste momento conta com mais de mil assinaturas, faltando ainda deslocar-se à freguesia de São João do Peso, disse ao mediotejo.net.

ÁUDIO: PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE VILA DE REI, RICARDO AIRES

“Claro que é constrangedor para todas as pessoas do concelho”, afirmou por sua vez Ricardo Aires, dando conta de que o promotor da iniciativa o avisou do que ia fazer, e que mereceu a sua aprovação. “O que nos interessa é que o serviço seja melhorado e por isso este abaixo-assinado é útil para que a empresa CTT veja que este território está a ser prejudicado, principalmente as pessoas mais vulneráveis e as empresas”.

Em causa estão atrasos de cerca de um mês em faturas para pagamento, notificações, designadamente de impostos, avisos de consultas médicas e correspondência em geral.

“Há atrasos na entrega de correspondência em três ou quatro semanas, chegando às pessoas fora de prazo, causando transtornos como atraso nos seus impostos, não pagam a tempo e horas e levam agravamento em multa, perdem a consulta médica porque não receberam a carta, cortes na eletricidade porque não pagaram, cortes no telefone pela mesma razão”, ou seja, pelo não recebimento das faturas atempadamente, explica António Catarino.

António Catarino avançou com um abaixo-assinado conta das falhas dos CTT na distribuição de correspondência. Créditos: mediotejo.net

E porque “tal está a acontecer”, decidiu avançar com um abaixo-assinado dirigido à Comissão Executiva dos CTT, mas que pretende entregar na Assembleia da República e até, se necessário, ao Presidente da República, revelou.

“As próprias cartas emitidas por instituições de Vila de Rei, por exemplo a Santa Casa da Misericórdia, os Bombeiros, o Clube Vilarregense, são depositadas aqui, em Vila de Rei, e às vezes chegam com 22 dias de atraso”, assegura. “Por onde andam essas cartas? O que vão fazer para a Sertã? E depois a Sertã por que é que as manda para Coimbra e para Lisboa para depois voltarem aqui?”, interroga.

Neste momento os mais de mil subscritores, onde se inclui o presidente da Câmara, manifestam o seu “descontentamento” por todos os referidos atrasos, exigindo que o serviço decorra dentro dos prazos determinados, por contrato, considerados “normais” para entrega.

“Penso que é bastante elucidativo que as pessoas não estão contentes com o serviço dos CTT”, disse Ricardo Aires acrescentando que a Câmara Municipal aguardará “pelos resultados”. Sendo o abaixo-assinado, dirigido à Comissão Executiva dos CTT, entregue à empresa e à Assembleia da República “esperemos que haja uma resposta positiva da parte dos CTT de Portugal”, concluiu.

Paula Mourato

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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