CTT, distribuição de correspondência. © Global Imagens

Por causa de atrasos na entrega de correspondência, em Vila de Rei, António Catarino, ex-autarca naquele concelho, indignado com atrasos e falhas na distribuição de correio, avançou com um abaixo-assinado contra a “falta da eficácia dos CTT na entrega de correspondência”. Após angariar “mais de mil assinaturas” entregou o documento ao presidente da Câmara Municipal, no sentido de seguir para “todos os partidos” na Assembleia da República “e para o Presidente da República”, disse ao nosso jornal.

Em causa estavam os atrasos na entrega de correspondência no concelho, de cerca de um mês, ao nível de faturas para pagamento, notificações, designadamente de impostos, avisos de consultas médicas e correspondência em geral.

“Há atrasos na entrega de correspondência em três ou quatro semanas, chegando às pessoas fora de prazo, causando transtornos como atraso nos seus impostos, não pagam a tempo e horas e levam agravamento em multa, perdem a consulta médica porque não receberam a carta, cortes na eletricidade porque não pagaram, cortes no telefone pela mesma razão”, ou seja pelo não recebimento das faturas atempadamente, explicou aquando do inicio desta iniciativa.

E porque “tal está a acontecer” António Joaquim Guerra Catarino decidiu avançar com um abaixo-assinado dirigido à Comissão Executiva dos CTT com a intenção de entregar na Assembleia da República e ao Presidente da República, revelou.

António Catarino avançou com um abaixo-assinado conta das falhas dos CTT na distribuição de correspondência. Créditos: mediotejo.net

“As próprias cartas emitidas por instituições de Vila de Rei, por exemplo a Santa Casa da Misericórdia, os Bombeiros, o Clube Vilarregense, as cartas são depositadas aqui, em Vila de Rei, e essas cartas às vezes chegam com 22 dias de atraso”, criticou.

“Por onde andam essas cartas? O que vão fazer para a Sertã? E depois a Sertã por que é que as manda para Coimbra e para Lisboa para depois voltarem aqui?”, questionou, em declarações ao nosso jornal.

Os mais de 1000 subscritores manifestam, assim, o seu “descontentamento” pelos referidos atrasos, exigindo que o serviço decorra dentro dos prazos determinados, por contrato, considerados “normais” para entrega.

O próprio presidente da Câmara Municipal reconheceu situações de atrasos e falhas na distribuição de correio em Vila de Rei. Aliás, a situação não é nova e tende a arrastar-se, apesar de o município e a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo “terem enviado cartas aos CTT há meses” a manifestar a sua indignação, uma vez que outros concelhos da região acusam o mesmo problema.

Em resposta, a empresa responsável pelo serviço postal universal garante “pôr mais pessoas a ver se conseguem colmatar” as falhas na distribuição, ao mesmo tempo que justifica as falhas com a falta de trabalhadores, explicou Ricardo Aires ao nosso jornal.

“Claro que é constrangedor para todas as pessoas do concelho”, acrescentou, dando conta de que o promotor da iniciativa o avisou do que ia fazer, e que mereceu a sua aprovação. “O que nos interessa é que o serviço seja melhorado e por isso este abaixo-assinado é útil para que a empresa CTT veja que este território está a ser prejudicado, principalmente as pessoas mais vulneráveis e as empresas”.

Ricardo Aires, presidente CM Vila de Rei. Foto: mediotejo.net

Nos últimos anos, as queixas tornaram-se uma constante por todo o País com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações a queixar-se recorrentemente da falta de profissionais nos correios, acusando os CTT de incumprimento de contrato.

Perante a iniciativa do abaixo-assinado, fonte oficial dos CTT disse ao nosso jornal que “os CTT consideram de maior importância a qualidade do serviço prestado na sua rede de distribuição e estão em permanente adaptação para garantir que esses elevados padrões de qualidade são cumpridos”.

Perante o caso exposto, a mesma fonte admite que “existiram dificuldades pontuais na distribuição em Vila de Rei durante alguns dias, no mês de janeiro, devido à ausência de um colaborador, ausência essa que, apesar dos esforços da empresa, não foi possível substituir”.

Os CTT informam ainda que “a situação já está normalizada”.

Paula Mourato

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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