Fernando Freire, presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha. Fotografia: mediotejo.net

O Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, Fernando Freire (PS), assume que é favorável à construção da Barragem do Alvito, de forma a reforçar toda a rede hídrica da bacia do Tejo, criar autonomia e não depender de caudais espanhóis.

“Começo por pensar que [temos de fazer] face à dependência externa da chegada de água ao Tejo – e estamos a falar de dados que foram apresentados, 90% dos consumos que nos chegam até Constância, à foz do Rio Zêzere, na confluência Barquinha-Constância, são dependentes de caudais espanhóis. Significa que temos que criar de facto alguma autonomia em termos de água para a nossa sobrevivência, e também para os recursos endógenos do nosso território, quer em fauna, quer em flora”, justifica o autarca.

Fernando Freire relembrou ainda que no último ano existiu um incumprimento de Espanha no acordo da Convenção da Albufeira.

ÁUDIO | Fernando Freire, Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha

Na passada terça-feira, 7 de março, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, apresentou em sessão pública, em Proença-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, as soluções para o reforço da resiliência hídrica do Tejo, afirmando que a construção da barragem do Alvito e a reutilização de água tratadas para fins agrícolas são duas soluções importantes para o reforço da bacia hidrográfica do Tejo.

Além da construção da barragem, está ainda a ser discutido pelas Comunidades Intermunicipais (CIM) e pelos municípios a construção de um túnel que ligue o rio Zêzere ao Tejo, de forma a reforçar o caudal ecológico do Tejo. A criação de uma infraestrutura para trazer as águas tratadas da Área Metropolitana de Lisboa para a reutilização na Lezíria do Tejo, atendendo assim às necessidade de rega agrícola, é outro dos pontos em cima da mesa.

Já o movimento proTEJO diz não concordar com as soluções apresentadas e apela à necessidade de implementar “caudais ecológicos instantâneos” previstos na Convenção da Albufeira.

“O ministro do Ambiente e Ação Climática não pode, por um lado, deitar a toalha ao chão na negociação de caudais ecológicos vindos de Espanha e, por outro lado, optar pela via mais fácil de gastar os dinheiros públicos dos contribuintes, sem antes avaliar alternativas que ofereçam resiliência, tanto a curto como a longo prazo, e que sirvam todos os portugueses, tendo em conta a justiça intergeracional”, defende o movimento ambientalista.

Diana Serra Garcia

Natural de Vila Nova da Barquinha, tem 25 anos e licenciou-se em Ciências da Comunicação pela Universidade da Beira Interior.

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