A falta de médicos de família é um problema com muitos anos no Médio Tejo, sendo Alcanena um concelho onde 63% da população não tem médicos de família atribuído. Foto arquivo: mediotejo.net

Os utentes relembram em nota de imprensa que cerca de 63% da população do concelho de Alcanena não tem médicos de família e que as deslocações aos serviços de saúde não estão garantidos, nomeadamente para quem reside fora de Alcanena, nas suas localidades periféricas.

Também não existe uma política para fixação de recurso humanos qualificados capazes de dar resposta, particularmente nas especialidades medicas, e por isso é que “o centro de saúde não tem a possibilidade de receber médicos internos para fazerem a sua formação”, refere o mesmo comunicado.

Outra preocupação é a demora na emissão de atestados multiusos e os horários estipulados. Os utentes referem que os serviços, ao sábado, das 9h00 às 13h00, e no domingo, estão encerrados, e que, ao longo da semana, “dentro do horário de funcionamento, este Centro de Saúde não assegura o atendimento aos utentes, nomeadamente em situações de urgência”.

A Comissão de Utentes relembrou que o anterior executivo investiu na aquisição de um aparelho de Raio-X, que atualmente está indisponível. “Este equipamento de diagnóstico não se encontra disponível por falta de investimento, de recursos ou de manutenção levando a que esse serviço tenha de ser feito, obrigatoriamente, no exterior. Falamos, portanto, de mais recursos ao encargo do utente para usufruir do que é seu de direito”, .apontam

Os utentes apelam assim ao executivo municipal que considere as reivindicações e exerça pressão junto da tutela da saúde de forma a esta responder ao problema de fundo através da valorização da carreira dos médicos de família, da melhoria de condições de trabalho e criação de incentivos para a fixação de médicos.

Para a Comissão de Utentes, a contratação de recursos humanos consoante a lógica do “leilão” vai abrir espaço a desigualdades no acesso à saúde, havendo municípios com mais recursos financeiros, deixando para trás os municípios mais pobres com o agravamento da deterioração dos serviços de saúde.

Diana Serra Garcia

Natural de Vila Nova da Barquinha, tem 25 anos e licenciou-se em Ciências da Comunicação pela Universidade da Beira Interior.

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