A Unicer anunciou que decidiu antecipar o encerramento da fábrica de Santarém para 31 de janeiro, três meses mais cedo do que o previsto, garantindo no entanto o pagamento de salários dos 70 trabalhadores até abril.

“A Unicer decidiu antecipar para o próximo dia 31 de janeiro a descontinuação da operação industrial em Santarém, inicialmente prevista para o final de abril. Mantêm-se de forma integral as condições para os trabalhadores afetos ao processo, nomeadamente o valor da retribuição salarial até 30 de abril”, lê-se num comunicado divulgado na quinta-feira pela empresa.

Segundo a Unicer, as 70 pessoas envolvidas já foram informadas, bem como as suas entidades representativas, afirmando que irá salvaguardar os compromissos assumidos com os trabalhadores.

Além da retribuição salarial até 30 de abril, a cervejeira manterá a “manutenção dos valores de prémio de operação, ou seja, equivalente ao que seria atribuído considerando 30 de abril de 2016 como a data de descontinuação da operação”.

A empresa mantém também “o plano de mobilidade interna que prevê a recolocação de até 10 colaboradores na estrutura global da empresa, se se manifestarem disponíveis para tal”, indicando que “o novo parceiro está disponível para receber 25 pessoas, reduzindo, desta forma, em 50% o impacto do ponto de vista de empregabilidade”.

Assegurado fica também “o programa de apoio em curso, que inclui condições significativamente acima do quadro legal e um programa de outplacement [serviços de transição de carreira] e formação focado na empregabilidade”.

A Unicer admite que, “apesar de ser difícil”, o encerramento da fábrica de refrigerantes de Santarém “é indispensável para a eficiência e competitividade” da empresa, numa “conjuntura de forte instabilidade económica dos mercados internacionais, designadamente Angola, onde a empresa realiza uma boa parte dos seus negócios fora de Portugal”.

Em meados de dezembro, a cervejeira concluiu a primeira fase do processo de reajustamento anunciado em outubro, tendo chegado a acordo indemnizatório com 65 trabalhadores da estrutura central e de apoio ao negócio, justificando a descontinuidade da unidade industrial de refrigerantes com a baixa taxa de produção (abaixo dos 30%).

Segundo a empresa, “a produção será entregue a um parceiro disponível para receber 25 dos colaboradores afetos ao processo. Há ainda 10 que podem ser recolocados na estrutura global da empresa, se se manifestarem disponíveis para tal”.

A verificar-se esta recolocação de 35 pessoas, “o impacto do ponto de vista de empregabilidade será reduzido em 50%”.

No início de outubro, a Unicer anunciou que iria proceder ao ajustamento da sua estrutura, devido à retração de alguns mercados, sobretudo o angolano, o que culminaria com o fecho da unidade de produção de refrigerantes em Santarém e à consequente dispensa dos 70 trabalhadores.

O encerramento da fábrica de Santarém faz parte de um procedimento de ajustamento da empresa dona da Super Bock, Vitalis e Pedras Salgadas.

Agência de Notícias de Portugal

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