O Trissino, de Itália, conquistou hoje pela primeira vez a Liga Europeia de hóquei em patins, vencendo o Valongo, em Torres Novas, no desempate por grandes penalidades.
Durante o tempo regulamentar, o Valongo esteve na dianteira três vezes. Mas desperdiçou muitas oportunidades, permitiu o empate e, nos penáltis, o guarda-redes Stefano Zampoli fez a diferença, travando dois remates, e a taça foi para Itália.
A 57.ª edição da Liga Europeia fica na história pela inédita final entre Valongo e Trissino, consequência da ausência de 12 das principais equipas europeias, que recusaram disputar a prova em protesto contra o formato da competição.
Entre os ausentes estiveram Sporting, FC Porto, Oliveirense, Benfica e Óquei de Barcelos e também o FC Barcelona, principal vencedor do troféu, com 22 vitórias.
Indiferentes a isso, Valongo e Trissino protagonizaram hoje uma final de excelente nível, repleta de intensidade, mudanças no marcador e incerteza até ao fim.
A abrir, o Valongo aproveitou uma falha do adversário e inaugurou o marcador, num contra-ataque rápido finalizado por Facundo Bridge.
Os portugueses criaram várias oportunidades nos primeiros 10 minutos, mas desperdiçaram a hipótese de dilatar os números no marcador – uma constante durante quase toda a partida.
O Trissino foi afinando a defesa e conseguiu não só estancar o fluxo ofensivo da equipa de Edo Bosch como tornar-se mais perigoso.
Aos 11 minutos, Davide Gavioli materializou a melhoria num lance em que contornou a baliza por trás e surpreendeu o guarda-redes Bernardo Mendes.
O Valongo acusou o empate, revelou nervosismo e permitiu a reviravolta: aos 14 minutos, Malagoli fez o 2-1, aproveitando um livre direto.
Como na véspera, em que conseguiu recuperar de um 4-1 desfavorável frente ao Sporting de Tomar na meia-final, o Valongo apelou ao ‘coração’ e lançou-se à baliza contrária: Diogo Barata insistiu para o 2-2 aos 21 minutos e Facundo Navarro, perto do intervalo, assinou o 3-2 com arte, num livre direto.
Mas alternância foi a palavra-chave da final e o Trissino igualou aos 29, numa ‘stickada’ colocada de Andrea Malagoli, em novo livre direto.
O Valongo respondeu e recolocou-se em vantagem num contra-ataque rápido, por Rafael Moreira.
A ganhar 4-3 e sempre com mais ascendente, a equipa portuguesa teve duas boas hipóteses para descolar do Trissino, mas desperdiçou dois livres diretos numa fase decisiva. Os italianos agradeceram para fazer o 4-4, num remate de meia distância de Cocco, e empurrar a decisão para o prolongamento.
No tempo extra as duas equipas arriscaram muito pouco e a Liga Europeia teve de ser decidida através do desempate por grandes penalidades. Aí, o Trissino foi mais eficaz a evitar os remates do Valongo e, assim, sucede ao Sporting no historial.
Jogo no Palácio dos Desportos de Torres Novas.
Trissino – Valongo, 4-4 após prolongamento (3-1 no desempate por grandes).
Sob a arbitragem de Sergi Maior (Espanha), Jonatan Sanchez (Espanha) e Miguel Díaz (Espanha), as equipas alinharam:
– Trissino: Stefano Zampoli, Francisco Ipinazar, Emanuel Garcia, Giulio Cocco e João Pinto.
Jogaram ainda Andrea Malagoli, Roger Bars, Alessandro Faccin.
Treinador: Alessandro Bertolucci.
– Valongo: Rui Mendes, Facunto Navarro, Facundo Bridge, Rafael Moreira e Nuno dos Santos.
Jogaram ainda Dioo Barata, Diogo Abreu, Miguel Vieira
Treinador: Edo Bosch.
Assistência: cerca de 800 espetadores.