Santuário de Fátima. Fotografia de Paulo Jorge de Sousa

A diocese de Leiria-Fátima recebeu da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja uma lista de cinco nomes de suspeitos de abuso, um dos quais, leigo, foi entretanto dispensado de funções, por precaução. Também o bispo da diocese de Portalegre-Castelo Branco revelou que há registo de dois casos de alegados abusos sexuais naquele território.

Em comunicado, a diocese liderada pelo bispo José Ornelas, também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, informou no sábado que, além do leigo ”dispensado de funções”, há ainda o nome de outro “cuja identificação ainda não está cabalmente determinada, podendo tratar-se de uma pessoa já falecida”.

Quanto aos restantes três nomes, referem-se a três padres já falecidos.

“A Diocese de Leiria-Fátima, a sua Comissão de Proteção de Menores e de Adultos Vulneráveis e todos os organismos que a compõem, continuam empenhados, em comunhão com toda a Igreja, em acolher, escutar e acompanhar as vítimas e em prevenir e tratar devidamente qualquer forma de abuso de menores e adultos vulneráveis, adotando uma atitude de ‘tolerância zero’ perante tais situações”, acrescenta o comunicado.

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica validou 512 testemunhos, apontando, por extrapolação, para pelo menos 4.815 vítimas. Vinte e cinco casos foram enviados ao Ministério Público, que abriu 15 inquéritos, dos quais nove foram arquivados.

Os testemunhos referem-se a casos ocorridos entre 1950 e 2022, o espaço temporal abrangido pelo trabalho da comissão.

No relatório, divulgado em fevereiro, a comissão alertou que os dados recolhidos nos arquivos eclesiásticos sobre a incidência dos abusos sexuais “devem ser entendidos como a ‘ponta do iceberg’” deste fenómeno.

A comissão entregou aos bispos diocesanos listas de alegados abusadores, alguns ainda no ativo.

c/LUSA

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Mário Rui Fonseca

A experiência de trabalho nas rádios locais despertaram-no para a importância do exercício de um jornalismo de proximidade, qual espírito irrequieto que se apazigua ao dar voz às histórias das gentes, a dar conta dos seus receios e derrotas, mas também das suas alegrias e vitórias. A vida tem outro sentido a ver e a perguntar, a querer saber, ouvir e informar, levando o microfone até ao último habitante da aldeia que resiste.

Agência Lusa

Agência de Notícias de Portugal

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