As ‘pontes’ criadas em Tramagal durante 24 horas consecutivas entre estudantes universitários, operários, engenheiros e administradores da Mitsubishi Fuso Truck Europe (MFTE), no Tramagal, redundaram em mais um sucesso na abertura da fábrica ao exterior e ao ensino superior. Concluída a II edição da maratona tecnológica ‘Hey! Hackaton’, o prémio da maratona de ideias foi entregue à equipa de estudantes “Proto Tripeiros”, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Para Jorge Rosa, responsável da Mitsubishi Fuso, “mais do que as ideias”, a “abertura à comunidade estudantil é muito importante (…) Não podemos ficar fechados sob nós mesmos e isso para nós é a maior mais-valia que retiramos deste evento”, que decorreu em simultâneo com a fábrica em plena laboração.
Em declarações aos jornalistas, Jorge Rosa falou ainda sobre o futuro, tendo referido que, “sobre tanto quanto é possível prever, os objetivos de curto prazo são positivos” e as raízes, esta realidade industrial que aqui está tem as suas raízes na Metalúrgica Duarte Ferreira, “um terreno cujo chão já deu uvas e que vai continuar a ser o que é”.
Questionado sobre os projetos e acessibilidade, Jorge Rosa disse que, sobre a questão das acessibilidades e da ponte de Tramagal, e numa ocasião em que os governantes marcaram presença uma vez mais na Mitsubishi Fuso, “não há momento nenhum em que não seja falada a questão das acessibilidades e a ponte é uma delas, não a única. Nós somos teimosos e vamos insistindo”, afirmou.
Foi a presidente da Câmara, Maria do Céu Albuquerque, quem presidiu à entrega do prémio à equipa de estudantes vencedora da maratona de ideias, MFTE HeyHackathon, os “Proto Tripeiros”, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Trata-se de uma aplicação tecnológica que, em rede, permite a partilha de veículos elétricos e em que os diferentes clientes podem reservar a utilização do veículo fazendo uma partilha da mesma utilização não necessitando de a comprar, permitindo um melhor controlo da frota e uma otimização de recursos. A ideia valeu aos autores uma visita à Mercedes-Benz Museum na Alemanha.
Relativamente às propostas de soluções tecnológicas que os universitários tiveram de resolver, Jorge Rosa, CEO da MFTE, lembrou que os desafios, este ano, estavam “mais ligados à conetividade, quer das pessoas, quer dos produtos e quer dos processos”, tendo destacado que o balanço da iniciativa foi “muito positivo”.
“O resultado final era exatamente aquilo que nós esperávamos. As expectativas não saíram defraudadas (…) Tivemos excelentes ideias e portanto os objetivos estão de facto cumpridos e estamos muito satisfeitos. Pensamos que foi uma maratona também para a organização, e estamos muito satisfeitos”, reiterou, tendo referido que o Hey! Hackaton pode evoluir para a internacionalização (…) muito provavelmente já em 2018”, adiantou.
O Hey! Hackathon 2017 desafiou 25 equipas, num total de 120 jovens, a desenvolver novas soluções em 3 áreas: “Connected Product” – como um serviço de mobilidade sustentável; “Connected Process” – como uma ferramenta para a eficiência produtiva, e “Connected People” – como forma de melhorar a comunicação na linha de produção.
Numa organização conjunta da MFTE e do CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto, no Hey! Hackathon estiveram representadas 10 instituições de ensino superior, de norte a sul, entre as quais as Universidades do Minho, Porto, Aveiro, Beira Interior, Coimbra, Lisboa e Évora, e os Politécnicos do Porto, Leiria e Tomar.
O pontapé de saída do evento foi protagonizado por Rui Jorge, Selecionador Nacional de Futebol de Sub-21, que fez uma palestra motivacional sobre a importância do trabalho em equipa.
Não esquecendo a responsabilidade social, os alunos participantes colaboraram na campanha interna de recolha de bens alimentares. Foram angariados 662 quilos, duplicados pelas entidades organizadoras do evento e entregues no sábado à representante da delegação de Abrantes do Banco Alimentar Contra a Fome.
A inauguração do evento, ao final da tarde de sexta-feira, contou com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, e do secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, tendo ambos elogiado a administração da Mitsubishi e referido que a empresa de Tramagal é um “exemplo nacional, não apenas no avanço tecnológico, mas na capacidade e estimulo à aprendizagem”, tendo defendido que são iniciativas como estas que poderão ajudar a criar “uma geração mais empreendedora”.
A maratona de ideias tecnológicas regressa à fábrica da Mitsubishi no Tramagal em 2018.
C/ CMA