Será que Tramagal é hoje melhor do que quando era aldeia? Fomos ouvir o testemunho de alguns tramagalenses a propósito do 30º aniversário da elevação a Vila.
“Em Tramagal há sempre motivo para festejar”, diz Crescêncio Valério, 71 anos, comerciante, quando questionado sobre as celebrações dos 30 anos de elevação de Tramagal à condição de Vila.
Todavia, considera, “os progressos foram manifestamente poucos, porque não tem muito mais do que tinha quando era aldeia. Poucas modificações trouxe e Tramagal como que parou no tempo porque a juventude emigrou, há falta de empregos e a indústria não se conseguiu radicar. As pessoas vão embora e isto está deserto”, afirma, lembrando as noites animadas em Tramagal, há uns anos atrás.
“Se nos lembrarmos do que eram as noites em Tramagal… antigamente havia gente toda a noite nas ruas e agora não se vê ninguém. Será da crise? Não sei, mas entendo que o Tramagal decresceu, na minha opinião.”

Nuno Ribeiro, 36 anos, afirma que o Tramagal é a sua vila de eleição e é aqui que faz questão de continuar a viver. “Foi aqui que escolhi viver, fui feito aqui, e não faço ideia de ir viver para outro lado”, assegura.
“É aqui que quero residir e é aqui que quero que o meu filho cresça, gosto das pessoas, e é um sítio calmo”, diz Nuno Ribeiro, que no dia 24 de junho, dia em que se assinalou o 262º aniversário da freguesia de Tramagal, participou ativamente na festa, integrando o cortejos das marchas populares.
“Trinta anos é motivo para festejar e celebrar o Tramagal, uma boa terra para viver e que não troco por localidade alguma”, afirmou, orgulhoso.
Para LuÍs Miguel Sirgado, 71 anos, Tramagal “continua a ser uma boa terra para se estar”, embora “na altura de elevação a Vila”, lembra, “tenham sido criadas expectativas que jamais se realizaram”.
“Se calhar esperava-se mais do município, mas o município continua a olhar muito para a sede de concelho e a olhar pouco para as freguesias”, considera. Para este ex-Técnico Oficial de Contas (TOC), “30 anos de Vila é sempre motivo para festejar. Qualquer aniversário é digno de festa… Então, porque não?”