O processo instaurado pela Fabrióleo a um habitante do Carreiro da Areia vai a julgamento esta sexta-feira, dia 2 de março, pelas 10h00 no Tribunal de Torres Novas.
Num comunicado enviado à Comunicação Social, esta quinta-feira, dia 1 de março, o proTEJO – Movimento pelo Tejo recordou que a “Fabrióleo instaurou ao senhor Gameiro, habitante do Carreiro da Areia, um processo por difamação por se ter queixado nas reuniões de Câmara e da Assembleia Municipal dos maus odores que a Fabrióleo emana e que fizeram com que ele tivesse deixado a sua casa em Carreiro da Areia, tendo-se mudado para Torres Novas, onde teve que alugar uma casa”.
O proTEJO considerou ainda que “não faz sentido que estas empresas [Celtejo e Fabrióleo] mantenham os processos contra os cidadãos que denunciaram publicamente episódios de poluição, e cuja responsabilidade foi aliás agora imputada pelas autoridades competentes”.
No mesmo documento, o Movimento pelo Tejo diz “repudiar atos de intimidação que tentam condicionar o direito constitucional que todos os cidadãos têm de expressar livremente a sua opinião e o dever constitucional que todos os cidadãos têm de defender o ambiente”.
O proTejo recorda que “como reação a um processo crime instaurado por Arlindo contra a Fabrióleo, os responsáveis desta empresa colocaram a Arlindo um processo crime que este considera basear-se numa completa distorção dos acontecimentos que verdadeiramente ocorreram”.
Segundo o proTejo, “o próprio Arlindo Marques foi vítima de uma tentativa de intimidação pelos responsáveis da empresa Fabrióleo (Carreiro da Areia / Torres Novas) na sequência do abalroamento do seu carro, com o seu filho no interior, por outro carro conduzido pelo senhor Pedro Gameiro, um dos patrões da Fabrióleo, apenas porque se encontrava a filmar a Ribeira da Boa Água na Estrada da Sapeira (Meia Via / Torres Novas), um local público”.
Referindo-se a outras pessoas que também foram afetadas, o Movimento pelo Tejo destaca o “processo que foi instaurado a Pedro Triguinho, um cidadão de Torres Novas que é um dos rostos do ‘BASTA!’, um movimento informal de cidadania que tem denunciado vários crimes ambientais perpetrados na Ribeira da Boa Água”.
Recorde-se que a Fabrióleo recebeu recentemente, a 30 de janeiro, das autoridades competentes, uma ordem de encerramento, a qual contestou. As autoridades terão agora dez dias para avaliar essa contestação.
Já a Celtejo foi obrigada a reduzir as descargas em 50 % durante 30 dias, aguardando-se o resultado das análises que estão em segredo de justiça.