A conversa descontraída entre Anabela Freitas, presidente da Câmara Municipal de Tomar; Elvira Sequeira, vereadora da Câmara Municipal de Torres Novas, Helena Pinto, membro da concelhia de Torres Novas do Bloco de Esquerda, e a população do Alcorriol, orientada para o tema “Mulheres na Política”, focou-se nas barreiras que as mulheres ainda têm que ultrapassar para singrar na vida política.
“É preciso criar uma grande carapaça e trabalhar muito na autoestima para não nos deixarmos abater pela forma como muitas vezes somos tratadas”, concordaram as oradoras.
Ao contrário do que acontece aos homens, notaram, as mulheres na política são constantemente escrutinadas, criticadas e enxovalhadas pelo seu aspeto, pela roupa que trazem ou pelo penteado do cabelo.
“Aos homens nunca ninguém comenta nem critica os seus fatos cinzentões que vestem todos os dias das suas vidas… a nós é uma constante, esquecendo-se as pessoas que por vezes numa manhã visitamos uma obra, inauguramos uma exposição no museu, assinamos um protocolo com uma qualquer entidade e ainda plantamos uma árvore”, notaram.
As três oradoras, com percursos distintos, têm em comum a luta contra essas barreiras que lhes permite estar em lugares de liderança na vida autárquica.



“Não existe uma política no feminino, mas o pragmatismo e a vontade de construir pontes caracterizam a forma como as mulheres se posicionam na vida política”. Esta foi uma das principais conclusões das primeiras Conversas do Alcorriol, sob o tema “Mulheres na Política, a propósito do Dia Internacional da Mulher, comemorado a 8 de março.
Durante a conversas foram ainda abordados temas como a violência de género, com especial ênfase na violência no namoro – um fenómeno de particular preocupação por ocorrer por entre jovens.
Abordou-se também a elaboração dos planos municipais de igualdade nos concelhos do Médio Tejo, a importância da participação das populações na sua preparação, bem como a sua divulgação e operacionalização.
“Porque, apesar de termos leis bastante avançadas, em matéria de igualdade e inclusão há muito ainda por fazer”, concluiriam.