André Mendes e João Rodolfo eram estudantes de Design Industrial quando em 2018 tiveram a ideia de iniciar um projeto “caseiro” de entregas ao domicílio. O carro pessoal servia para as entregas e o armazém era o sótão da casa de André.
Com apenas quatro parceiros, os Xicos começaram o seu caminho, onde ninguém conhecia a marca, mas a adesão foi rápida, pela necessidade de colmatar essa falha numa cidade estudantil, onde a única comida que era entregue em casa era pizza. Poucos meses mais tarde Francisco Baltar e Daniel Martins juntaram-se aos dois amigos, também como sócios da empresa.
“Hoje em dia contamos com mais de 350 restaurantes e 50 colaboradores, na Covilhã, Fundão, Castelo Branco, Viseu, Lousã, Miranda do Corvo, Elvas e agora, Entroncamento e Torres Novas. Mas não vamos ficar por aqui, há mais projeções de aberturas e daqui a uns 3/4 anos queremos estar em todo o país”, adiantou André Mendes, um dos sócios fundadores.

“Nós não queremos ir logo para as grandes cidades, queremos ir das periferias para o centro, da Covilhã e Fundão fomos para Castelo Branco e depois Viseu; da Lousã e de Miranda do Corvo estamos a ir para Coimbra; de Elvas estamos a alargar para Évora e daqui do Entroncamento e Torres Novas, queremos um dia chegar ao Litoral, a Lisboa. Queremos uma evolução mais calma e saudável”, esclareceu.
Para além de entregarem comida, os Xicos entregam também produtos de mercearia, papelarias, de quiosques, supermercados, floristas, lojas de animais, artigos de primeira necessidade, “aquilo que as pessoas precisam e que nós podemos e conseguimos entregar”, explicou André.
Torres Novas e Entroncamento sempre foi uma zona aliciante para os sócios, pela proximidade com Lisboa, mas ainda se tornou mais aliciante pelo contacto que André Mendes mantinha com João Afonso, desde a sua infância.

João Afonso tinha a empresa “Domus Delivery” na região, e agora é o gestor de zona do “Xicos Delivery” nas duas cidades. “Juntamos o útil ao agradável. Encontramos uma pessoa que já conhecia o ramo, os cantos à casa, e era da minha confiança. Desde que lhe propus esta ideia, ele rapidamente aceitou”, explicou André Mendes.
O gestor de zona, João Afonso, disse que no Entroncamento e Torres Novas, os Xicos já tem 18 parceiros, sendo que alguns vieram da sua empresa Domus, mas grande parte já são novos e exclusivos da nova empresa, outros vieram também de outras cidades onde já estava implementada a empresa.
“As nossas condições tem algumas diferença de outras empresas de entregas aqui da zona, e por isso é que somos diferentes, é isso que nos distingue e nos leva a ter tantas parcerias exclusivas”, explicou João Afonso. A nível de colaboradores, as duas cidades contam com 5 estafetas, que fazem as entregas em veículos próprios e recebem à comissão, como prestadores de serviços.
O que diferencia os Xicos Delivery, de outras empresas de entregas ao domicílio da região é o contacto e a envolvência com as pessoas e as entidades parceiras, o foco não é a expansão, mas sim o sentimento que a pessoa e o parceiro sente, que não estão a trabalhar com uma máquina, mas que há pessoas atrás dessa máquina, disponível a ajudar e a prestar o melhor serviço.
“Quando começamos nós implementávamos a cidade, tínhamos um escritório e comprávamos ou alugávamos motas. Agora, estamos a mudar o panorama, temos apenas um escritório e um call center que serve para todas as cidades, que se torna mais rentável e eficaz. Nas cidades onde estamos, podemos não ter um espaço, mas temos uma pessoa responsável por cada zona, que dá a cara, que se responsabiliza por fazer parcerias e resolver os problemas no menor tempo possível. Também quem quiser pode ligar para o call center e resolver as questões ou reclamações em minutos”, explicou André Mendes.
As pessoas podem fazer as encomendas através do site: XICOS ou através da aplicação, onde estão todos os parceiros e produtos disponíveis, com os precários. O processo de encomenda é rápido: seleciona os produtos, na parte da encomenda, a aplicação encontra a localização, o pagamento é feito por mbway ou cartão e está concluído.

André Nunes diz que nunca pensou que este projeto, em cinco anos, iria chegar a estes contornos.
“Não havia nenhum mega plano, de expansão, de lucro, foi algo natural, as coisas foram acontecendo e crescendo. Eu estudava Design Industrial, a minha base não era empreendedorismo, gestão, marketing. Eu insisti muito, tive formações, assisti a palestras, fui a conferências, cresci por mérito próprio. E o projeto foi aumentando, foi havendo a procura e a aceitação das pessoas”, relata.
“Houve uma altura que eu me virei para o meu amigo João Rodolfo e falei: isto aqui já não é nenhuma brincadeira, já temos uma grande faturação, um número de colaboradores que não estávamos à espera”, ressalvou. Mas foi na altura da pandemia que a empresa teve o seu empurrão.
“Começamos a fazer um plano de objetivos, de onde e quando queríamos chegar, e agora estamos aqui, cada vez mais perto de sermos reconhecidos em mais pontos do país”.
André Mendes deixou no ar que os Xicos são um conceito diferente, que muitas coisas novas estão por vir e inovar é um dos principais focos da equipa. “As coisas estão sempre a mudar, seja a nível tecnológico, a nível dos pagamentos, maneiras de entregar. Se hoje entregamos de mota, daqui a uns anos vamos rir-nos disso, de um rapaz a andar de mota com um mochila à chuva”, afirmou.
“Nessa altura provavelmente vamos ter drones ou robôs a fazer as entregas, como já há na China e na América. Esse futuro não está assim tão longe e nós queremos acompanhar esses avanços, estar sempre atualizados e à altura da concorrência nacional, e também internacional”, frisou.
Este ano, a empresa de entregas fez já uma parceria com uma empresa de tecnologias de informação e marketing, a Semantikweek, na qual estão envolvido numa joint venture – empreendedorismo conjunto, na qual a empresa parceira suporta todo o marketing da Xicos Devilery.