O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) está a postos para lançar o concurso para a aquisição e instalação de um equipamento de TAC na unidade hospitalar de Torres Novas. Um investimento que ultrapassa os 400 mil euros e que o Conselho de Administração CHMT espera ver concluído ainda este ano, com os primeiros exames a serem feitos “logo a seguir ao verão”.
O Hospital Rainha Santa Isabel, em Torres Novas, é aos dias de hoje a única unidade do Centro Hospitalar do Médio Tejo que não dispõe de um equipamento TAC (Tomografia Axial Computorizada). A aquisição deste equipamento de diagnóstico vem já sendo reivindicada pela Comissão de Utentes de Saúde do Médio Tejo que, ainda em maio de 2020 reforçava a necessidade desta tecnologia na unidade hospitalar de Torres Novas, de modo a evitar a deslocação de doentes para as duas outras unidades do CHMT, em Abrantes e Tomar.
Além de reivindicado pela CUSMT, a TAC era também “uma ambição muito assumida” pelo Conselho de Administração do CHMT, conforme admite ao mediotejo.net o seu presidente, Carlos Andrade Costa.
“Sempre dissemos que hoje não se compreenderia termos hospitais a funcionar sem este equipamento, sem ter um TAC. E foi para nós sempre um objetivo muito forte conseguirmos tão rápido quanto possível dotar as três unidades hospitalares deste tipo de equipamento”, disse.
As declarações do presidente do Conselho de Administração do CHMT foram feitas no âmbito de uma visita esta segunda-feira ao espaço onde vai ser instalado futuramente o equipamento de TAC, no serviço de Imagiologia do Hospital de Torres Novas. É no Piso 1 desta unidade hospitalar, num espaço “quase em bruto, que está assim desde a construção do edifício” e que vai ser alvo de intervenção, onde vai nascer a sala de TAC.
Num investimento que “será consideravelmente acima dos 400 mil euros”, entre o equipamento de diagnóstico propriamente dito e a intervenção no espaço, Carlos Andrade Costa sublinha a relevância desta tecnologia “tão mais relevante quanto nós estamos a sair de um cenário bastante severo de pandemia”.
“Ainda vamos ter a pandemia connosco, infelizmente, bastante tempo, e ela já nos deixou uma herança muito pesada que são os doentes da pandemia, que nos vão acompanhar durante muito tempo. E nós temos que nos preparar cada vez melhor para podermos acompanhar a evolução clínica dos doentes que contraíram a infeção por SARS-CoV-2”.
Também por este motivo, diz, “se compreende esta corrida contra o tempo para colocarmos aqui rapidamente um TAC porque áreas como a pneumologia, a neurologia, a cardiologia, a nefrologia, a pediatria, vão precisar cada vez mais. Para além da atividade normal antes da pandemia, a pandemia veio pôr um acento tónico fundamental na necessidade de se fazer este tipo de investimentos”, disse, referindo que a autorização da tutela relativamente a este investimento foi “muito rápida” e “quase imediata”.
“Felizmente, este processo foi extremamente rápido por parte da nossa tutela. O TAC em Tomar foi um processo bastante mais longo, era o primeiro TAC que o CHMT iria comprar, portanto foi um processo de muita explicação, de muita evidência da necessidade e agora, para Torres Novas, a autorização foi rapidíssima, eu diria até quase imediata”, declara o responsável que elucida que neste momento o CHMT está “a trabalhar nas peças processuais para lançar o concurso muito rapidamente”.
Ao mediotejo.net, o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo admite que “se tudo correr bem”, a perspetiva é a de que a TAC em Torres Novas entre em funcionamento “a seguir ao verão”. “Os primeiros TACs aqui serão feitos logo a seguir ao verão”, assume.
TAC: “Um grande sonho” e “uma necessidade para Torres Novas”
Na visita às futuras instalações do equipamento de TAC no Hospital Rainha Santa Isabel, guiada pelo diretor do serviço de Imagiologia e acompanhada pelos membros do Conselho de Administração do CHMT, marcou também presença o presidente da Câmara Municipal de Torres Novas, Pedro Ferreira, que não escondeu que este passo representa a concretização de “um grande sonho do Município”.

“Tem uma importância relevante, muito ansiada. Já há uns anos a esta parte a Câmara Municipal sempre teve desperta, e continua a estar, para o que se passa na área da saúde e neste caso no nosso Centro Hospitalar. Já há algum tempo que o nosso presidente [do CHMT] me tinha dito que isto ia acontecer, que de um momento para o outro podia acontecer (…) e finalmente vai acontecer e eu fiquei, em nome da população de Torres Novas, imensamente satisfeito. É uma valorização das especialidades que se desenvolvem e a TAC irá adaptar-se a essas especialidades”, disse, em declarações ao mediotejo.net.
Admitindo que esta tecnologia será “uma riqueza” a somar aos equipamentos das unidades hospitalares de Abrantes e Tomar, o autarca torrejano confessa que a TAC era “uma necessidade para a região e em particular para Torres Novas. Não só para a população de Torres Novas mas para os que, por determinado tipo de doenças, vêm aqui”.
“A pandemia absorveu-nos muito mas não parámos”: CHMT avança com Ressonância Magnética no Hospital de Abrantes
Vincando a mensagem de que o CHMT “não ficou imobilizado com a pandemia” e que apesar dos condicionalismos causados pela Covid-19, o Centro Hospitalar continuou “a projetar o que tínhamos na nossa perspetiva (…) em relação ao futuro desta casa”, Carlos Andrade Costa abordou também a adjudicação de um equipamento de Ressonância Magnética para o Centro Hospitalar, a instalar no Hospital de Abrantes.
Um investimento que supera 1 milhão de euros e cuja adjudicação foi anunciada neste mês de março. “Nós aquilo que sempre dissemos é que era preciso investir na área da Imagiologia e dar um salto muito grande na área da Imagiologia. E é isso que estamos a fazer”, disse ao mediotejo.net.
Com o processo de aquisição do equipamento de Ressonância Magnética (RM) concluído, ao nosso jornal o presidente do Conselho de Administração do CHMT elucida que neste momento se está “só à espera que nos notifiquem para o dia exato em que os trabalhos vão começar, a obra”.

Recorde-se que a aquisição da RM vem ao encontro de uma antiga aspiração quer da administração hospitalar quer da Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo. Com este equipamento de diagnóstico – a ser instalado no Hospital de Abrantes “porque é ali que temos a urgência médico-cirúrgica e, acima de tudo, a Unidade de Cuidados Intensivos, conforme explana Carlos Andrade Costa – o CHMT deixa de estar dependente de entidades externas para realizar este tipo de exames e passa a ser o primeiro hospital do Serviço Nacional de Saúde no distrito de Santarém a disponibilizar esta tecnologia de apoio ao diagnóstico.
A perspetiva é a de que este equipamento entre em testes ainda no decorrer deste verão.