Depois de o seu presidente já ter dado a conhecer que a fatura energética do município em 2023 irá aumentar “no mínimo” cerca de “um milhão de euros”, a Câmara Municipal de Torres Novas aprovou por unanimidade, na reunião camarária de 7 de dezembro, um conjunto de medidas de combate à crise energética, desenvolvido em torno de cinco eixos principais: iluminação pública; energia nos edifícios públicos; eficiência hídrica nos espaços públicos; mobilidade; informação e sensibilização.
“Este plano visa dar resposta às preocupações ambientais (contribuindo para a mitigação das alterações climáticas), bem como à crise energética que tem originado dificuldades e perturbações no mercado mundial de energia”, explica a autarquia em comunicado.
No que toca à iluminação pública, o município torrejano vai reduzir a mesma em 25% e ajustar os horários de funcionamento nas ruas e em monumentos de acordo com o relógio astronómico. Desligar uma unidade de iluminação nas luminárias duplas, bem como a iluminação nas rotundas ou o funcionamento elétrico das fontes são outras das medidas a ser adotadas.
A iluminação natalícia funcionará entre as 17h30 e as 23h00.
Quanto aos edifícios públicos, será desligada a iluminação em equipamentos municipais sempre que o espaço não esteja em uso, vai ser promovida uma maior utilização de luz natural, as portas e janelas serão mantidas fechadas em espaços com sistema de climatização ligados, os quais passarão a ser regulados por valores mínimos e máximos.
A eficiência hídrica aparece como outra das preocupações do município, o qual apela à continuação da redução dos horários de rega e irá promover a instalação de sensores de humidade nos espaços verdes, a plantação de espécies com baixa necessidade de rega, apropriadas ao clima e terra e a realização de 22 auditorias de eficiência hídrica em edifícios públicos, adotando o princípio geral dos 5R da eficiência hídrica: “Reduzir os consumos através do uso de produtos eficientes; Reduzir as perdas e desperdícios; Reciclar a água; Reutilizar a água; Recorrer a origens alternativas”.
No campo da mobilidade, o município aprovou recomendar o uso de transportes públicos, instalar e promover a utilização das bicicletas elétricas “BUTE”, bem com incentivar a utilização em pequenas deslocações dos funcionários municipais de trotinetes elétricas. Adquirir mais três viaturas elétricas para a Frota Municipal (Candidatura Fundo Ambiental) ou privilegiar a realização de reuniões por via digital e evitadas deslocações não necessárias, são outras determinações apontadas.
Quanto à informação e sensibilização, o município aprovou igualmente diversas medidas, nomedamente:
• Recomendar o uso eficiente dos aparelhos elétricos e eletrónicos (e.g. desligar equipamentos em standby fora dos momentos de uso, usar as escadas em vez do elevador.);
• Recomendar restrições de temperatura interior (incluindo gestão dos sistemas, medidas de conforto adaptativo);
• Realizar campanha de comunicação e sensibilização para diferentes públicos-alvo, visando a redução do consumo de energia e água;
• Atualizar os Planos Nacionais/Locais de Energia e Ação Climática;
• Concurso “Escola que Reduz” – Desafio lançado às escolas públicas, com o objetivo de reduzir os consumos de água, energia e resíduos. 50% do valor associado à redução da escola, que maior quantidade reduzir, será investido pelo município em material para a respetiva escola. As restantes terão uma comparticipação de 33%;
• Realização de estudo para instalação de uma comunidade de energia renovável (CER) nos edifícios públicos;
• Desenvolvimento do Plano Municipal de Ação Climática;
• Sensibilização para a adoção de comportamentos mais eficientes, ao sector privado (incluindo indústria, comércio, serviços e cidadãos).