"Um presidente a sério" é o slogan da campanha Foto: mediotejo.net

Com o lema “Um presidente a sério”, o candidato independente à Câmara de Torres Novas, António Rodrigues, atingiu na sexta-feira, 23 de julho, o limite da capacidade possível do Teatro Virgínia, cerca de 300 pessoas, segundo dados da organização.

Foi uma noite cheia de símbolos, nostalgia, citações filosóficas e expressão de valores familiares, numa clara manifestação de força daquele que foi presidente da Câmara de Torres Novas durante 20 anos e deixou uma mística de poder atrás de si.

A chefiar o movimento P’la Nossa Terra, António Rodrigues é conhecido por não ter papas na língua, assim como pelo fulgor emocional que o caracteriza. No Teatro Virgínia manifestou-se surpreendido por, em cerca de um dia, ter atingido a capacidade possível do Teatro, reunindo mais que as duas centenas que tinha perspetivado. 

VIDEO: INTERVENÇÃO ANTÓNIO RODRIGUES, CANDIDATO CM TORRES NOVAS:

A apresentação pública trouxe apenas como novidade o nome do médico Aníbal Teixeira de Sousa como número dois na lista do executivo, sendo já conhecido Fernando Zuzarte Reis como cabeça de lista à Assembleia Municipal e os nomes dos nove cidadãos que se candidatam às juntas de freguesia (com exceção de Assentis). Rodrigues promete ser “um presidente a sério”.

Aníbal Teixeira de Sousa e Fernando Zuzarte Reis são os grandes apoiantes de António Rodrigues Foto: mediotejo.net

As listas são sobretudo compostas por jovens e muitas caras desconhecidas dos meandros da politica. António Rodrigues considera ser essa uma das forças do movimento, salientando o esforço e solidariedade de toda a equipa, que referiu ser constituída por 200 pessoas e que percorreu o concelho a angariar as 1500 assinaturas necessárias para apresentar uma lista independente. 

Cerca de 200 pessoas compõem as listas de António Rodrigues, foi mencionado Foto: mediotejo.net

A noite teve vários momentos culturais e só António Rodrigues interveio. Ao público presente, começou por afirmar que “não deveria ser necessário estar aqui” mas ao longo dos últimos oito anos foi sendo interpelado para que tentasse regressar à Câmara e percebeu que “estava condenado a voltar”.

“Fez-se pouco”, salientou, “menos do que poderia ser feito”.

“Mais que a preocupação em meter nomes em casas alheias, tem que se olhar pela dinâmica de Torres Novas”, afirmou. Frisando sempre que quer para o concelho o mesmo que para os filhos e netos, falou em criar melhores escolas, melhores empregos, melhor habitação e melhores recursos para idosos.

O médico pediatra Aníbal Teixeira de Sousa é o número dois de Rodrigues, devendo ocupar a vice-presidência se os independentes vencerem a Câmara Municipal. Fernando Zuzarte Reis é o cabeça de lista à Assembleia Municipal. O movimento não concorre a Assentis por a freguesia já ter um candidato independente. 

No final ergueram-se bandeiras e cantou-se o hino do movimento Foto: mediotejo.net

A encerrar a apresentação, com as botas agrícolas de Rodrigues no meio do palco e a sua voz em pano de fundo, ouviu-se um trecho do seu livro “A Força do Sentir”.

O candidato recordava um momento que considera ter sido determinante na sua vida, quando a mãe engoliu o orgulho, contrariou as ordens do marido e foi pedir ao professor de instrução primária que permitisse que o filho continuasse nos estudos e fizesse o exame final. Assim terá acontecido, com o professor a assumir os custos da prova e Rodrigues a ter ficado entre os melhores da turma. 

“Um presidente a sério” é o slogan da campanha.

António Rodrigues foi presidente pelo PS entre 1993 e 2013, momento em que entrou em vigor a lei de limitação de mandatos e não pôde tornar a concorrer. O seu vice-presidente, Pedro Ferreira, assumiu as lides do partido e repetiu por duas vezes a vitória, sendo agora novamente candidato pelos socialistas.

Nuno Guedelha é o candidato pela CDU e Helena Pinto pelo Bloco de Esquerda. Tiago Ferreira encabeça a coligação PSD-CDS. 

Torres Novas é dos concelhos da região onde a configuração da autarquia após as eleições de setembro se apresenta mais incerta, numa luta pela chefia do executivo municipal que promete ser renhida. 

Cláudia Gameiro

Cláudia Gameiro, 32 anos, há nove a tentar entender o mundo com o olhar de jornalista. Navegando entre dois distritos, sempre com Fátima no horizonte, à descoberta de novos lugares. Não lhe peçam que fale, desenrasca-se melhor na escrita

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